Lá em Casa dor materna luto de mãe

A dor materna pelas crianças do mundo

18 de agosto de 2016

Uma das partes difíceis de ser mãe é passar a ter uma empatia completamente diferente pelas situações tristes envolvendo crianças. A dor materna é grande! Sim, antes de ser mãe, eu ficava triste em ver uma criança pedindo esmola no sinaleiro ou ler uma notícia sobre um bebê que morreu. Mas depois de ser mãe, isso tomou uma dimensão totalmente diferente.

Claro que é meio inevitável que a gente tenha pensamentos do tipo “poderia ser meu filho” e isso, sem dúvida, machuca. Entretanto, eu percebo que no meu caso é bem mais do que isso. Hoje eu consigo entender como uma criança de 2, 4, 6 anos se sente. Então, eu fico pensando o que aquele ser tão inocente estava pensando ou sentindo naquela situação específica.

Hoje vi um vídeo triste demais de uma criança sendo resgatada em uma área de bombardeio na Síria. Talvez tenha uns 3, 4 anos. Confesso que não fui atrás de descobrir. Mas ele foi colocado em uma ambulância, sangrando e sozinho. A gente consegue ver o quanto ele estava confuso, sem saber o que estava acontecendo. Ele passa a mão na cabeça e depois olha para o sangue nela, e então limpa na cadeira da ambulância. Ai, como meu doeu. Me doeu pelo machucado, pela solidão, pela falta de um consolo, por aquela criança sequer estar chorando.

Eu não tive coragem de colocar o vídeo aqui. Nem ver de novo. Já faz 20 minutos que o assisti e ainda não consegui parar de chorar. Minha vontade era entrar naquela tela, pegar aquela criança no colo e abraçar, beijar, fazer carinho e dizer “vai ficar tudo bem”. Não posso. Baixei minha cabeça e orei, pedindo que Deus possa abraçar essas crianças.

E depois comecei a pensar sobre uma hora antes, em que briguei com a Manuela porque ela esqueceu o casaco e disse que ela ia passar frio porque eu não ia buscar em casa (é claro que eu fui) ou que eu briguei com a Ana Júlia porque ela não quis almoçar e recusei dar uma mamadeira que ela estava pedindo. Ah, que vontade de ir buscar as duas na escola e ficar abraçada com elas para sempre. Eu sei que existem regras, limites e tudo mais. Mas quando a gente se depara com uma cena como essa do vídeo, é inevitável que a gente comece a questionar as nossas atitudes. E nessa hora eu me senti tão boba brigando por coisas tão pequenas quando há muito mais acontecendo nesse mundo cruel.

Este texto não tem lição, não tem moral, não tem sequer um objetivo. Queria mais poder desabafar a dor materna, sobre tanto sofrimento que encheu meu coração. Queria poder mudar esse mundo. E não vejo a hora de chegar em casa e poder transbordar sobre as minhas filhas o amor que eu queria poder ter dado para aquele menino naquela ambulância.

 

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Comentários

  1. Caren disse:

    ??
    Chorei só de imaginar a cena q vc viu nesse vídeo…sem palavras.
    ??

  2. Luana Araújo disse:

    Gente eu não assisti o vídeo mais só em ler eu desabei meu deus dói muito vc escreveu tudo que eu nesse exato momento sentir que Deus abençoe cada criança desse mundo fiquei de coração partido.

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Quem sou

Sou Melina Pockrandt Robaina, filha de Deus, jornalista e mãe da Manuela (6 anos) e da Ana Júlia (1 ano)

Eu sou Melina, mas pode me chamar de Mel. Amo escrever, amo meu marido, amo minhas três filhas e, acima de tudo, amo Jesus. Moramos na Pensilvânia, nos EUA, e, sempre que consigo, gosto de falar sobre minhas experiências, aprendizados e desafios seja na maternidade, na vida cristã ou como imigrante.

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