Para Mães e Pais mitos e verdades sobre o blw

Mitos e verdades sobre o BLW

3 de agosto de 2015

Você já ouviu falar sobre BLW? Esta é a sigla para Baby Led Weaning, método de introdução alimentar que ficou conhecido recentemente e tem como uma das premissas deixar que a criança coma os alimentos sozinha e com as próprias mãos. Essa é uma definição bem resumida porque, na verdade, o BLW é bem mais do que isso. Confira abaixo alguns mitos e verdades sobre o BLW – que foram esclarecidos pela nutricionista pediátrica Luiza Mattar, que mantém o site O que houve com a couve.

No BLW, a criança come sozinha.

VERDADE
A sigla BLW (Baby Led Weaning) significa desmame guiado pelo bebê. Ou seja, a ideia é que seja um método alternativo para introduzir a alimentação complementar, em que as crianças pegam os alimentos com suas próprias mãos em vez de serem alimentados por pais/cuidadores usando uma colher. “Quem guia aqui é o bebê, escolhendo o que e quanto ele vai comer. As refeições são um momento familiar de exploração e diversão”, explica Luiza.

A criança tem uma comida preparada à parte para facilitar a introdução alimentar pelo método BLW.

MITO
O bebê BLW come a mesma comida que seus familiares e recebe leite (materno ou fórmula infantil) em livre demanda até parar de querer mamar. É claro que serão priorizados alimentos que a criança que facilitem a alimentação, como frutas mais moles e legumes cozidos no caso dos bebês ainda sem dentes.

Não deve misturar BLW com papinha.

VERDADE
Se a intenção é introduzir o método BLW, o ideal é não oferecer papinhas, porque ela precisa ter o “controle” do que entra em sua boca até mesmo para garantir a segurança. “Em contrapartida, na introdução alimentar tradicional, ou seja, com base em papinhas, você pode (e deve) oferecer alguns alimentos no estilo BLW (fingerfoods). O estímulo sensorial destes alimentos é extremamente importante e vão auxiliar no correto desenvolvimento oral do seu bebê”, explica a nutricionista.

O bebê só pode comer o BLW depois que tiver dentes.

MITO
Quando o bebê estiver sentando com pouco ou nenhum apoio e começar a pegar objetos e levar à boca, o BLW pode ser iniciado, mesmo sem dentes. Para estes bebês, devem ser oferecidos alimentos com textura macia, como um pedaço de batata cozida ou uma fruta molinha como o mamão. “Aos 6 meses a maioria dos bebês tem habilidade oral o suficiente para quebrar alimentos macios e movê-los de um lado para o outro da boca com o intuito de engolir”, comenta.

O método pode ter contraindicação.

VERDADE
Pais de bebês nascidos pré-termo (antes de 37 semanas de gravidez) ou que tenham qualquer condição médica que possa afetar sua capacidade de lidar com alimentos de forma segura ou digerir uma variedade de alimentos são aconselhados a discutir com o pediatra quando começar a oferecer alimentos sólidos ao bebê e se devem decidir usar o BLW como método. “Bebês com histórico de alergia alimentar na família também devem consultar o pediatra antes de introduzir o método”, indica a Luiza.

Mesmo no BLW, o bebê precisa de supervisão.

VERDADE
Isso é muito importante! “Nunca deixe seu filho sozinho com alimentos. A alimentação, apesar de ser guiada por ele, deve ser sempre supervisionada por um adulto”, alerta a especialista.

O BLW é o melhor método de introdução alimentar.

DEPENDE
Se você for uma mãe controladora e/ou muito preocupada que seu filho não está comendo direito, que vai engasgar ou qualquer coisa do gênero, talvez esse não seja o método ideal para você. “Eu particularmente gosto deste método pois é uma abordagem mais leve, em que a refeição não é uma parte ‘ruim’, de brigas, choros e manha. E sim uma hora de ‘brincar’ e descobrir os alimentos, em suas diversas cores, texturas, formatos, sabores”, comenta a nutricionista.

O BLW é mais trabalhoso que o método tradicional.

DEPENDE
Gente, e aqui depende mesmo do ponto de vista. Eu – a louca da organização – sempre desesperei quando dava comida na mão da Ana Júlia, mesmo na introdução alimentar tradicional (na época da Manuela, essa ideia nem passava pela cabeça). Por outro lado, me cansa taaaaanto dar papinha. Sempre brinco que sinto uma invejinha quando vejo a Olivia, filha da Érica (@muchmamae), comendo arroz e feijão sozinha no BLW. Então, realmente depende do que é mais trabalhoso para você.

A nutricionista lembra que praticar o BLW precisa de muito empenho, paciência e requer que você, acima de tudo, confie no seu bebê. Por isso, ressaltou alguns pontos importantes:

– O bebê vai ser o principal ditador das regras. Ele vai te dizer o que, como, quando e quanto quer comer. Pode ser que você deixe a disposição uma série de alimentos e ele te diga (mesmo sem falar) que não é ali nem agora que ele gostaria de estar.

– Não se desespere, tenha paciência, controle a ansiedade. Dê tempo ao bebê.

– A alimentação é em livre-demanda. Se ele não quer comer agora, tente daqui meia hora. Coloque-se no lugar do bebê e tente entender a vontade dele.

– E lembre-se que o leite é a principal fonte de nutrição do bebê durante o primeiro ano de vida. Discuta suplementos de vitaminas e ferro com o seu pediatra de confiança.

As vantagens do BLW.

Caso você esteja analisando sobre aplicar ou não o método, a especialista listou também alguns dos principais benefícios do BLW:

– Escolhas alimentares mais saudáveis: os bebês podem explorar o sabor, cheiro e textura de alimentos nutritivos, em vez da mistura de sabores que costuma compor as papinhas tradicionais.

– Menos obesidade: os bebês podem comer de acordo com seu apetite. Param de comer quando se sentem satisfeitos e não são pressionados a comer mais rápido do que lhes é natural, comer “mais uma colherada” ou “limpar o prato”.

– Desenvolvimento natural da mandíbula: desde o começo os bebês experimentam diversas texturas, permitindo que sua habilidade mastigatória se desenvolva naturalmente, o que pode facilitar o desenvolvimento da fala e reduzir a necessidade de aparelhos ortodônticos no futuro.

– Confiança e diversão durante as refeições: a partir do momento que não existe pressão para o bebê comer, as brigas durante a refeição diminuem consideravelmente, fazendo este momento ser mais proveitoso.

A Luiza fez um post bem completo sobre o tema lá no blog dela. Você pode acessar aqui.

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Quem sou

Sou Melina Pockrandt Robaina, filha de Deus, jornalista e mãe da Manuela (6 anos) e da Ana Júlia (1 ano)

Eu sou Melina, mas pode me chamar de Mel. Amo escrever, amo meu marido, amo minhas três filhas e, acima de tudo, amo Jesus. Moramos na Pensilvânia, nos EUA, e, sempre que consigo, gosto de falar sobre minhas experiências, aprendizados e desafios seja na maternidade, na vida cristã ou como imigrante.

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