Para Mães e Pais apenas mãe

Não seja “apenas” mãe

30 de junho de 2015

Fraldas, mamadeiras, roupinha de bebê para lavar, passar e guardar. Papinha, caixa de brinquedos, cadeirinha de descanso, de comer, de carro. Lição de casa, uniforme, rotina. Bonecas, carrinhos, Discovery Kids.

Às vezes, você não vê sua vida como um grande “depósito” de coisas de criança?

A bolsa para sair é aquela que cabe mais coisa.
O sapato escolhido é aquele que permite correr atrás dos filhos.
A roupa precisa ser confortável e útil – eu sempre procuro aquelas que têm muitos bolsos de fácil acesso.
O carro deve ser aquele que tem porta-malas grande – e no banco de trás, as cadeirinhas tomam conta.
A casa é decorada com brinquedos, tapetes educativos, cadeirões – e todo objeto que representa perigo está devidamente guardado.

E a rotina?
O horário que as crianças acordam define como será o começo do seu dia.
A hora do almoço depende deles – e a comida que será feita também.
Se você vai conseguir escovar os dentes, ir ao salão, arrumar a casa, tomar banho… Tudo isso está sujeito ao dia dos filhos.
E no horário em que eles dormem, você fica na dúvida se irá dormir (leia “jogar-se na cama”) ou aproveitar para fazer alguma coisa sozinha e em silêncio.

Você se identificou com algumas dessas cenas? A vida de mãe nos suga. Mesmo que você trabalhe fora e algumas destas situações não sejam comuns na sua casa, tenho certeza que a rotina das crianças ainda dita a sua.

Por causa de todo o trabalho que a maternidade exige de nós, é comum que às vezes a gente entenda que “ser mãe” é a nossa principal função. Sim, nossos filhos são o que temos de melhor. Temos compromisso com sua criação e seu crescimento. Fazemos (faremos e faríamos) TUDO por eles.

Mas isso não pode nos fazer esquecer: não somos apenas mães! E tudo bem você não querer ser apenas mãe.

Quando eu falo sobre ser “apenas mãe”, não estou me referindo a mães que ficam em casa X as que trabalham fora. Mesmo, nós, que temos um emprego podemos viver nossas vidas fora de casa sendo apenas mães em essência.

Eu estou falando de mulheres – todas nós – que mergulham em um mundo de autonegação, de se colocar sempre em segundo lugar (estamos acostumadas as sermos as últimas a comer ou a dormir), e que acabam esquecendo dos seus próprios sonhos e planos.

Falei esta semana no post “Ninguém sabe como eu me sinto” sobre como eu amo fazer este blog, mesmo que me tome tempo. E eu não devo me sentir culpada em escrever aqui no computador enquanto minha filha come no cadeirão e eu não estou com meus olhos 100% nela. Porque eu não sou apenas mãe, eu também tenho um sonho e estou fazendo algo que dá prazer para mim.

Essa semana minha filha pegou uma caixa de chicletes do meu marido e falou “por que tem que ser de menta? Não pode ser de melancia?”. E eu respondi que existe de melancia, mas que a gente comprou de menta porque é o que nós (eu e meu marido) gostamos. Contrariada, ela disse: “é que eu não gosto de menta” e meu marido logo completou: “mas nós gostamos. Tudo bem o papai e a mamãe terem coisas que são só deles, né?”.

Sim, tudo bem!

Sei que é difícil para nós pensarmos em nós mesmas de vez em quando. Mas nós precisamos. Nossos filhos precisam também! Eles precisam de uma mãe feliz, realizada, e precisam entender que não são o centro do universo. Porque não são. E não precisam ser o centro da nossa casa nem da nossa família.

Não estou dizendo que a realização pessoal está em trabalhar fora, talvez esteja, mas não necessariamente. Precisamos identificar aquilo que nos dá prazer, que nos faz felizes, os nossos sonhos pessoais. Se você voltasse aos seus 18 anos, o que você queria fazer quando fosse adulta? Você está fazendo? Por que não? E não responda: “porque eu tenho filhos”.

Nossos filhos não são empecilhos para realizamos nossos sonhos. Eles são um presente que torna a nossa vida diferente (talvez um pouco complicada) e mais completa. Precisamos encontrar aquilo que nos realiza, nos faz felizes e caminharmos nessa direção, mesmo que seja empurrando o carrinho de bebê e carregando a bolsa de brinquedos.

Não deixe que a maternidade abafe os seus sonhos pessoais. Seja você, não apenas mãe. Realizar seus sonhos não compete com a sua função como mãe. É possível fazer bem as duas coisas e ser feliz!

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Quem Sou

Sou Melina Pockrandt Robaina, filha de Deus, jornalista e mãe da Manuela (6 anos) e da Ana Júlia (1 ano)

Eu sou Melina, mas pode me chamar de Mel. Amo escrever, amo meu marido, amo minhas três filhas e, acima de tudo, amo Jesus. Moramos na Pensilvânia, nos EUA, e, sempre que consigo, gosto de falar sobre minhas experiências, aprendizados e desafios seja na maternidade, na vida cristã ou como imigrante.

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