Lá em Casa

O exemplo, o esforço e a alimentação infantil

6 de setembro de 2015

A gente sabe o que os nossos filhos devem ou não comer. Se não sabemos, devemos buscar informação para ter certeza de oferecer uma alimentação saudável para eles. Afinal, somos nós os responsáveis por isso. Numa entrevista para a revista LER&CIA (que compartilhei aqui), a Gabriela Kapim – do programa “Socorro, meu filho come mal” – falou algo muito sério:

se o nosso filho atravessa a rua sem dar a mão, ele corre o risco de morrer; se ele come de maneira inadequada, também! A única diferença é que num caso a morte seria imediata e, no outro, não tão rapidamente.

Forte, hein?

Sei que, quando a gente fala desse assunto, muita gente corre para o “não vamos ser radicais”, “só um pouquinho não faz mal”, “deixa a criança ser feliz”. Eu não quero discutir estes argumentos aqui, mesmo porque eu e minhas filhas não somos exemplos perfeitos neste aspecto.

Mas uma coisa que eu descobri é que informação pode mudar a nossa vida. E o simples fato de ir atrás de informações pode nos fazer mães melhores para nossos filhos. Digo isso por experiência própria. Há pouco mais de cinco anos, quando a Manuela tinha apenas 1 ano, eu dava miojo e suco de caixinha (cheio de açúcar e conservante) para ela e achava que estava tudo bem.

Hoje isso me soa tão absurdo que, outro dia, fui falar para a Manuela e me senti até mesmo envergonhada por ter feito esta barbaridade com ela. Mas a vida é dinâmica e podemos sempre melhorar! Com a Ana Júlia, já não repeti os mesmos erros.

Recentemente, tenho visto como posso melhorar ainda mais quando o assunto é alimentação das minhas filhas. Uma das minhas inspirações são os perfis  no Instagram de nutricionistas ou mesmo mães muito esforçadas. Uma das que são mães e também profissionais da nutrição é a Paola, do Maternidade Colorida, que me inspira muito.

A PRIMEIRA LIÇÃO FOI O EXEMPLO.

Sabemos que somos exemplos e que não adianta falar para nossos filhos fazerem algo que nós fazemos o oposto. E eu até busco me policiar em muitas coisas para que possa servir de referencial para elas, como comendo legumes e verduras e tomando água, mesmo quando não quero. Entretanto, esta questão do exemplo é muito mais profunda do que eu podia imaginar.

Há pouco mais de 4 meses, eu comecei uma dieta bem séria. Entre as mudanças no estilo de vida, precisei começar a levar lanche para o trabalho, pois resolvi me policiar e não deixar o intervalo entre as refeições ser maior do que devem. O meu preferido acabou sendo sanduíche mesmo. Geralmente, pão integral, queijo light e peito de peru ou patê de atum e cottage. Sempre fiz isso para mim, sem sequer oferecer para as meninas, mesmo porque não comia na frente delas.

Imaginem qual foi a minha surpresa quando disse para a Manuela separar o lanche da escola (ela só leva lanche para a saída, enquanto me espera ir buscá-la) e ela disse que queria “sanduíche natural igual ao meu”. Claro que eu fiz, né? Com pão 14 grãos e tudo!! Isso não aconteceu apenas uma vez.

MAS O APENDIZADO MAIS RECENTE DIZ RESPEITO À INSISTÊNCIA E AO ESFORÇO

Eu nunca tomei café da manhã e sei que isso é um hábito péssimo. Mas, como consequência, minhas filhas também não tomam. A Manuela toma leite com achocolatado de manhã e só!

Como eu sei que comer pela manhã é importante, eu comecei a oferecer alguns alimentos e ela sempre, sempre, sempre recusava. Eventualmente comia, caso tivesse algo diferente, como um bolo que sobrou da véspera ou cereal de chocolate (que só dou de vez em quando por razões óbvias).

No final de semana passado, estávamos na casa do meu avô tomando café da tarde. A Manuela olhou aquela mesa farta e falou: “queria tomar café da manhã com uma mesa assim”. A minha resposta imediata foi: “mas você não gosta de comer de manhã!”.

Mas, como sempre tento melhorar, na segunda-feira de manhã montei a mesa. Coloquei vários alimentos, fruta, café, leite, coloquei a Ana Júlia no cadeirão ao lado da mesa, sentamos todas juntas e a menina comeu. Comeu várias coisas sem eu precisar insistir!

Ou seja, às vezes é preciso tentar outras estratégias, mas não podemos desistir de fazer com que nossos filhos adquiram hábitos que são fundamentais para sua saúde. Como disse a própria Gabriela Kapim, ensiná-los a comer bem é como dar remédio quando estão doentes. Você desiste de dar o remédio só porque seu filho diz que não quer?

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Quem Sou

Sou Melina Pockrandt Robaina, filha de Deus, jornalista e mãe da Manuela (6 anos) e da Ana Júlia (1 ano)

Eu sou Melina, mas pode me chamar de Mel. Amo escrever, amo meu marido, amo minhas três filhas e, acima de tudo, amo Jesus. Moramos na Pensilvânia, nos EUA, e, sempre que consigo, gosto de falar sobre minhas experiências, aprendizados e desafios seja na maternidade, na vida cristã ou como imigrante.

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