Lá em Casa desobediência

O problema não é a desobediência. É meu autocontrole (ou a falta dele)

5 de julho de 2017

Falei nas redes sociais sobre a minha dificuldade de lidar com a desobediência da Manuela e fui compreendida por muita gente.

Eu não sei lidar com a desobediência da Manuela. Eu dou uma ordem clara: “faça tal coisa”. E ela simplesmente não faz! O sangue sobe, a paciência some e, às vezes, a voz aumenta. Não, eu não sei lidar com a desobediência da Manuela. A irritação de ela não ouvir, de não prestar atenção, de não levar a sério, de esquecer uma ordem simples, se distrair, ignorar… Ah, eu não sei lidar com a desobediência da Manuela. A tristeza nos olhinhos ao levar a bronca, o susto se a mãe grita, a raiva contida para não piorar a situação, a frustração de ter desapontado estampada no rosto. “Mamãe, me desculpe por eu não ter te obedecido. Me desculpe por eu não obedecer suas ordens, mas é que às vezes eu sou muito esquecida!” Ah, não, eu não sei lidar com a desobediência da Manuela. Esquecida sou eu. Esqueço que ela só tem 8 anos, que ela ainda é uma criança, que ainda não pesa totalmente as consequências das suas atitudes, que precisa ser orientada e que não tem o mesmo bom senso que os adultos já têm . Sigo crescendo e aprendendo a lidar com a desobediência da Manuela. Foto @adrielicancelierfotografia

429 Likes, 25 Comments – Melina Pockrandt (@maternidadesimples) on Instagram: “Eu não sei lidar com a desobediência da Manuela. Eu dou uma ordem clara: “faça tal coisa”. E ela…”

Porém, depois, analisando com calma só constatei o que eu já sabia: o problema está em mim.

Manuela é uma criança extremamente obediente. Cumpre ordens e regras, segue as orientações, faz muitas coisas que não são sua obrigação apenas para me ajudar.

Mas basta um ou dois escorregões e eu já fico toda nervosa. Às vezes, surto; às vezes, “brigo com calma”; mas normalmente dou muito valor às desobediências ocasionais em detrimento ao bom comportamento que é bem mais frequente.

Eu chamo isso de falta de autocontrole. Mesmo que eu não grite externamente, internamente eu perdi o controle porque não estou avaliando as coisas racionalmente e com clareza; estou deixando os meus sentimentos confusos definirem a minha visão em relação a minha filha.

Sabe como eu percebi isso? Quando hoje eu analisei com calma o nosso dia e vi o quanto a Manuela fez e o quanto ela não fez. Não tem nem comparação. Assim, não é justo que por causa da minha falta de autocontrole, ela precise dizer “que é esquecida e por isso sempre me desobedece”.

Não é justo porque é mentira. Ela não me desobedece sempre e muito menos é esquecida.

A reflexão está complexa e talvez ainda incompleta, mas eu não podia deixar de compartilhar. Porque me assustou a hipótese de a gente imprimir nas crianças uma autoimagem tão distorcida por causa da nossa visão embaçada por sentimentos descontrolados.

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Quem Sou

Sou Melina Pockrandt Robaina, filha de Deus, jornalista e mãe da Manuela (6 anos) e da Ana Júlia (1 ano)

Eu sou Melina, mas pode me chamar de Mel. Amo escrever, amo meu marido, amo minhas três filhas e, acima de tudo, amo Jesus. Moramos na Pensilvânia, nos EUA, e, sempre que consigo, gosto de falar sobre minhas experiências, aprendizados e desafios seja na maternidade, na vida cristã ou como imigrante.

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