A mãe que fica em casa, o primeiro dia de aula e o terceiro filho

Desde que Abigail nasceu eu sou oficialmente a mãe que fica em casa. Eu já tinha parado de trabalhar fora alguns anos antes de ela nascer, mas ainda tinha trabalhos que fazia em casa, mas com a mudança para os EUA acontecendo logo quando ela tinha dois meses, eu me tornei mais do que a nunca a stay-at-home-mom.  Eu realmente não me importo com isso, já tive minhas crises no passado, mas hoje sou muito bem resolvida com a estação da vida em que estou no momento.

Porém, a gente sabe que independentemente de nossas escolhas, a rotina tem seus ônus e bônus. Sinto que tenho muita propriedade para falar sobre isso porque já fui a mãe que ficou em casa, a mãe que trabalhou fora com as crianças na escola o dia todo, a mãe que trabalhou meio período fora e ficou meio período em casa com as crianças, a mãe que trabalhava de casa com as crianças na escola… enfim, tenho bagagem em vários cenários diferentes. E sim: em todos eles havia coisas boas demais e desafios bem grandes.

No ficar em casa com os filhos, os benefícios são incríveis, mas tem o grande desafio de nunca ficarmos sozinhas em casa; até deixamos os filhos em casa com o pai ou outra pessoa para fazer alguma coisa na rua, mas em casa é muito difícil. E quando acontece esses raros momentos de o pai ou outra pessoa sair de casa com todas as crianças, nem sempre aproveitamos como gostaríamos. Porque são oportunidades eventuais, não há recorrência. E aí que entra a escola!

A escola oferece a recorrência. A frequência e periodicidade que precisamos para conseguirmos aproveitar cada instante da solitude! A gente até programa: o que fazer quando eu estiver sem as crianças?

Aqui, nos EUA, não é comum o berçário ou escolinha como é no Brasil. Então, a criança de pais que não trabalham fora normalmente só irá para a escola com 5 anos completos, no kindergarden. Com 3 anos completos, aparecem algumas oportunidades de pré-escola (pre K), que acontece algumas vezes na semana, por duas ou três horas diárias somente. Contei mais sobre isso nesse vídeo. PréK: Pré escola nos Estados Unidos.

É exatamente no PreK que a Abigail começou hoje. E eu decidi: quando ela estiver na escola, não vou fazer nada que eu consigo fazer quando estou com ela. Mercado? Ela pode ir junto. Academia? Tem babysitting lá. Limpar a casa? Minha companheira fiel. Amo minhas filhas, mas três horinhas no silêncio da casa é algo precioso! No fim das contas, cá estou escrevendo. Isso realmente é mais difícil de fazer com ela por perto.

Porém, essa paz toda poderia ser diferente se ela não fosse a terceira filha, não é mesmo? Se ela fosse a primeira filha, muito possivelmente eu estaria um pouco aflita e contando as horas para ir buscá-la, pensando em tudo o que poderia estar acontecendo lá. Então, se você é mãe de primeira viagem e não consegue sentir essa alegria toda de estar sozinha em casa, não se sinta estranha, eu te entendo. Eu, aliás, já estive no seu lugar. Acredite: vai ficar tudo bem!

Como mãe de três, vou terminar esse texto para aproveitar minhas horinhas de folga no primeiro dia de aula da Abigail na pré-escola. Na verdade, vou escrever mais um pouco…

Se você é cristã, confira esse texto que fiz especialmente para você: Angustiada no primeiro dia de escola do seu filho?

Se você quer saber mais da Abby no PreK, confere aqui: Primeiro dia na pré-escola nos Estados Unidos

Pré K: Pré-escola nos Estados Unidos