As crianças precisam de elogios – essa é uma das necessidades básicas para o ser humano crescer emocionalmente saudável. No livro Sete necessidades básicas da criança, de John M. Drescher, o autor cita William James afirmando que o princípio mais profundo na natureza humana é o desejo de ser apreciado. [Aliás, super indico o livro Sete necessidades básicas da criança, usado como base para esse post].
Drescher aponta também resultados de um estudo que concluiu que são necessários 4 elogios – ou afirmações positivas – para “apagar” os efeitos de um crítica ou declaração negativa feita para a criança. “As pessoas poucas vezes mudam quando apontamos suas falhas (…) O elogio feito com sinceridade é o calor e a ternura que todos precisamos para mudar para melhor.”
O autor afirma também que o “elogio não estraga a criança” e dá algumas orientações sobreo como elogiar da maneira correta.
Para ajudar nessa tarefa tão importante, resolvi listar alguns princípios básicos sobre como elogiar as crianças, segundo o livro citado acima e estudos que falam sobre o tema.
“O louvor sensato é para as crianças o que o sol é para as flores”
(Christian Nestell Bovee)
“Em lugar de fazer comentários sobre o caráter, o louvor deve reconhecer as tarefas bem feitas, delicadeza com os outros, confiabilidade, honestidade”, cita o autor. Nós, pais, devemos elogiar nossos filhos pelo esforço deles em fazer o bem.
Por exemplo, Ana Júlia deixou sua água sobre a mesa e falou: “Mani, você pode tomar na minha garrafa se tiver sede”. Devo elogiar sua atitude: “Parabéns, filha, por dividir suas coisas com a sua irmã”. E não seu caráter: “Parabéns, filha, por ser tão boazinha”.
Quando elogiamos por uma característica, a criança pode se sentir pressionada a sempre corresponder àquilo. No caso acima, “ser boazinha” sempre. O que pode ser difícil. Porém, dividir as coisas é uma atitude que está ao alcance de maneira mais simples.
Por exemplo, quando elogiamos uma criança por sua beleza física, podemos criar seres humanos orgulhosos e presunçosos ou ansiosos, já que não foram responsáveis por aquela característica que agradou. Como fazer para manter isso e surpreender os pais sempre, se não foi a criança a responsável por isso?
Ser bondosa é algo que a criança pode fazer, ser loira ou morena, não.
As atitudes corretas da criança precisam ser valorizadas e elogiadas. Mesmo que o resultado final não seja o melhor. A Ana Júlia, ao 4 anos, decidir arrumar a cama dela é ótimo – mesmo que a cama não fique verdadeiramente arrumada. Então, eu elogio: “Filha, que legal que você arrumou a sua cama. Fiquei muito feliz com a sua atitude”.
Quando elogiamos a atitude independente do resultado fica mais fácil cumprir esse passo. Não preciso dizer “Ana Júlia, a sua cama está muito bem arrumada” e sim que a atitude dela foi louvável. Se não formos sinceros, as crianças sempre perceberão.
Além disso, elogie com atitude sincera: olhe, dê atenção ao que a criança fez, não deixe passarem aquelas situações que merecem elogio. Dedique-se em dar ao ser filho a apreciação que ele merece e precisa.
“Quando a criança é apreciada, ela aprende a apreciar. O adulto pode viver sem a apreciação diária, mas não a criança. Ela precisa disso para desenvolver-se, pois irá murchar sem apreciação. Feliz a criança que recebe louvor sincero e genuíno”
(John M. Drescher)
Eu sou Melina, mas pode me chamar de Mel. Amo escrever, amo meu marido, amo minhas três filhas e, acima de tudo, amo Jesus. Moramos na Pensilvânia, nos EUA, e, sempre que consigo, gosto de falar sobre minhas experiências, aprendizados e desafios seja na maternidade, na vida cristã ou como imigrante.
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