Alergia durante a gravidez precisa ser tratada, pois pode trazer riscos à mãe e também ao bebê. Mas gente fica tão preocupada em usar remédios na gestação que quer fugir de qualquer tratamento. Porém precisamos ficar atentas e procurar médicos de confiança para garantir a saúde de todos.
Por isso, tirei algumas dúvidas sobre alergias e gestação com a Dra. Maria de Fátima Emerson, coordenadora do Departamento de Assuntos Comunitários da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (Asbai). Confira!
Segundo a especialista, a asma – também conhecida como “bronquite alérgica” – pode e deve ser tratada durante a gestação.
“Este tratamento requer acompanhamento contínuo, objetivando a normalização da função pulmonar e da oxigenação sanguínea. A asma bem controlada não afeta a gravidez. A asma sem controle ocasiona baixa da oxigenação, gerando riscos para a mãe e para o feto.”
Vejam que dado curioso: entre as gestantes que já tinham asma antes da gravidez, um terço melhora, um terço piora e um terço permanece estável.
Os principais sintomas de rinite são: espirros, coriza, congestão e coceira nasal e, segundo Dra. Maria de Fátima, ocorrem em cerca de 20% das gestações.
“A rinite tem um impacto na qualidade de vida da gestante, interferindo no sono, no dia a dia, sendo um fator de risco para asma e para surgimento de sinusite. Por isso, é recomendado tratar a rinite na gestante de forma eficaz e precoce evitando que as crises se agravem.”
Felizmente, Dra. Maria de Fátima explica que a maioria dos medicamentos para asma e rinite são seguros durante a gravidez, mas é fundamental que a gestante seja acompanhada por um médico especialista em alergia e imunologia.
“O tratamento das doenças alérgicas pode ser realizado na gestação e oferecer excelentes resultados para as mães e seus bebês. A escolha da medicação deve ser baseada na avaliação de riscos x benefícios pelo médico.”
Sobre o uso de corticoides para tratar alergia durante a gravidez – dúvida muito comum -, a especialista explicou que o tratamento com esse tipo de medicamento sempre vai ser escolhido calculando os riscos x os benefícios para mãe e bebê.
Por exemplo, existem os corticoides sistêmicos (comprimidos, xaropes ou injetáveis) que são utilizados para tratar crises, sempre com prescrição médica. Também há os corticoides inalados, na forma de sprays (bombinhas) ou para uso nasal, que estão indicados no tratamento de controle da doença.
“Ressalta-se que os medicamentos usados por via inalada são eficazes, atuam mais rápido, em doses menores e têm menos efeitos colaterais. Podem ser usados com segurança na gestação, controlando os sintomas de forma segura tanto para a mãe como para o feto.”
Mas o cuidado com a alergia não se resume a tratar, mas também prevenir. A especialista listou algumas atitudes simples que vão prevenir o agravamento de sintomas ou mesmo o surgimento de uma alergia respiratória. “Ácaros da poeira domiciliar são importantes fatores agravadores da rinite alérgica e por isso recomenda-se os cuidados com o ambiente da casa e em especial do quarto da gestante.”
E fica a mensagem para as grávidas: “não tenham medo de tratar, mas sempre com acompanhamento de um médico especialista. Não usem medicamentos por conta própria ou repitam receitas antigas. As consultas periódicas com o obstetra e com o alergista são a garantia para monitorizar e controlar a doença, garantindo condições saudáveis para desenvolvimento e o nascimento da criança.”
Eu sou Melina, mas pode me chamar de Mel. Amo escrever, amo meu marido, amo minhas três filhas e, acima de tudo, amo Jesus. Moramos na Pensilvânia, nos EUA, e, sempre que consigo, gosto de falar sobre minhas experiências, aprendizados e desafios seja na maternidade, na vida cristã ou como imigrante.
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