Segunda-feira, 19:34 e as meninas já foram dormir. O silêncio reina na casa. Elas foram deitar sozinhas. Estavam cansadas? Sim! Seguem bem a rotina? Sim! Mas não foi por isso que já dormiam tanto tempo antes da hora usual.
Elas foram deitar após o surto da mãe. Sabe aquela gota d’água que transborda o balde? Pois bem, essa gota (que sequer era tão grave) chegou e a mãe surtou.
Houve gritos, choros e ranger de dentes. Após a cena, a mãe se retirou e as crianças – num misto de sabedoria, culpa e senso de autoproteção- deitaram para dormir silenciosamente.
Triste cena para se viver na infância.
Triste atitude para se ter como mãe.
Eu sei que muita gente, na melhor das intenções, vai dizer “acontece, faz parte…” e eu sei que isso acontece. Mas não deveria! Pelo menos, no padrão pelo qual eu quero viver a maternidade dentro da minha casa, isso não deveria acontecer. A minha régua é alta!
Tenho trabalhado para isso. Muito! O balde já aumentou bastante por aqui para suportar cada vez mais. Também já tenho aprendido a esvazia-lo sem fazer bagunça para não transbordar. Não foi suficiente nesse segunda-feira, infelizmente.
Terça-feira, 7h16. As meninas já estão na escola. Há quase uma hora, sentamos no café da manhã e eu pedi perdão pela minha atitude da noite anterior. Falei sobre obras da carne x fruto do Espírito (ensinamentos cristãos). Oramos juntas.
Por mais que eu tivesse uma lista de razões para minhas ações, não mencionei um só dos comportamentos errados delas que me fizeram surtar.
Há quem possa dizer “mas, Melina, por que você não aproveitou para mostrar o que elas precisam mudar?”
Se eu pedisse perdão, mas tentasse justificar minha atitude nas ações erradas delas, o que eu estaria ensinando? Que se estamos certos, temos o direito se surtar com os outros – no casamento, no trabalho, no trânsito…
Se eu não for o maior modelo de educação emocional, de como lidar com adversidades e injustiças, de como ter autocontrole, quem será?
Segunda à noite pode ter sido ruim, mas espero que terça pela manhã deixe a marca mais importante. Porque até quando erra, a gente está ensinando!
Eu sou Melina, mas pode me chamar de Mel. Amo escrever, amo meu marido, amo minhas três filhas e, acima de tudo, amo Jesus. Moramos na Pensilvânia, nos EUA, e, sempre que consigo, gosto de falar sobre minhas experiências, aprendizados e desafios seja na maternidade, na vida cristã ou como imigrante.
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