Essa é uma pergunta que recebo bastante no blog: como ensinar meu filho a dividir os brinquedos? Quero falar especificamente sobre a minha opinião pessoal sobre a história de mostrar para as crianças como compartilhar suas próprias coisas, ao mesmo tempo em que respeitamos o seu direito à propriedade e individualidade.
Dividir as coisas é sim uma lição importante que deve ser ensinada, em minha opinião. Devemos estimular as crianças não só a emprestarem as coisas, como a não serem tão apegadas a objetos pessoais. Dar brinquedos usados quando ganham novos, por exemplo, é uma prática que deve ser incentivada desde cedo. Isso faz bem para a organização dentro de casa, para a alma, para o planeta… Enfim, para todos.
Voltando para o compartilhar, acredito que devemos ensinar as crianças que é importante dividir os brinquedos com os coleguinhas que estão brincando com ela, amigos e até mesmo recém-conhecidos no parquinho.
Uma maneira de fazer isso de maneira bem positiva e não impositiva é lembrar que outras crianças também emprestam brinquedos para seu filho. Entenda, a ideia não é “eu vou emprestar para você me emprestar outra coisa” e sim: “eu vou emprestar o meu brinquedo porque eu sei como é querer um brinquedo emprestado e como fico feliz quando me emprestam”. É a regra de outro: tratar o outro como você quer ser tratado.
Não! Eu não acho que você deve obrigar seu filho a dividir, mas deve – ao máximo – levá-lo a dizer sim. Por exemplo, eu nunca falo para minha filha emprestar o brinquedo que ela está usando naquele momento. É dela, ela quer brincar e ela tem o direito de usufruir dele, certo?
Porém, se ela leva vários brinquedos à pracinha, por exemplo, há outras opções para emprestar. Então, geralmente, eu falo: “Filha, você está brincando com esse, mas empresta aquele outro para a amiga?”
E, em ocasiões, em que o mesmo brinquedo é alvo de disputa, por exemplo entre as irmãs ou quando uma amiga vem em casa, minha orientação é: um de cada vez. Primeiro um brinca, depois outro brinca. Assim, as crianças vão aprendendo a administrar as brincadeiras e a compartilhar os objetos. Nesse caso (com a irmã e a amiga), não se diz respeito a apenas dividir e também a cultivar relacionamentos importantes.
Voltando para o parquinho, com recém-conhecidos, se a disputa pelo mesmo brinquedo acontece, usamos duas estratégias diferentes:
É sempre importante observar os comportamentos da criança. Já peguei minha filha “se enrolando” com um brinquedo só para não querer emprestar. Isso não é bacana! Se ela não quer usar, por que não compartilhar?
Então, vale a gente sempre orientar, mostrar que é importante e também dar o exemplo. Empreste suas coisas, compartilhe e mostre para o seu filho que esse é um comportamento bacana.
Ah, isso infelizmente já aconteceu conosco! E como agir nesse caso depende dos valores que você prega na sua casa. Aqui em casa eu expliquei para as meninas que Deus poderia retribuir muito mais do que foi quebrado se nosso coração não ficasse magoado e fosse bondoso.
Se você tem intimidade com os pais da criança que quebrou e é um brinquedo muito importante, vale avaliar se pode contar o ocorrido e esperar a restituição da outra família. Mas, em alguns casos, pode representar o fim da amizade. É triste, mas existem pais que não aceitam que se apontem os erros dos seus filhos.
Algo que sempre vale ensinar seu filho é sobre não levar os brinquedos mais caros e especiais para locais públicos ou em que obrigatoriamente haverá outras crianças.
Aqui em casa a regra quando a gente vai na casa de alguém que também tem filhos é: “quer levar isso? Pode levar, mas tem que emprestar”.
É comum a criança apresentar esses sinais de egoísmo (a fase do “tudo é meu”) entre dois e três anos – uma fase desfiadora por si só. Por mais que seja desgastante, é importante estimular esse compartilhar mesmo nessa idade.
Eu sou Melina, mas pode me chamar de Mel. Amo escrever, amo meu marido, amo minhas três filhas e, acima de tudo, amo Jesus. Moramos na Pensilvânia, nos EUA, e, sempre que consigo, gosto de falar sobre minhas experiências, aprendizados e desafios seja na maternidade, na vida cristã ou como imigrante.
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