Se você encontra um brinquedo jogado pela casa, fica triste porque seu filho ainda não aprendeu a cuidar de suas coisas e a ser organizado ou fica bravo porque terá que arrumar?
Quais são as reais causas das brigas que temos com nossos filhos? Todas as vezes que pensamos em brigar, corrigir ou levantar a voz para uma criança, precisamos nos questionar: qual é a real motivação disso?
Há um trecho bíblico que fala sobre a nossa natureza e questiona esse assunto: “O que está causando as discussões e lutas entre vocês? Não é porque existe um exército inteiro de maus desejos dentro de vocês?” (Tiago 4:1 – Nova Bíblia Viva).
O que isso quer dizer? Que nossas brigas podem nascer de desejos egoístas e maus e não de um interesse genuíno no bem-estar, ensino e no amadurecimento da criança.
Deixa eu exemplificar com uma história apresentada no livro “Instruindo o coração da criança” (Tedd e Margy Tripp): se um pai chega em casa e tem uma bicicleta no meio da garagem, ele precisa descer do carro para poder estacionar. Entra em casa brabo, procurando a criança que não guardou a bicicleta. Por que este pai estão tão brabo? Por que o filho não obedeceu ou por que a desobediência do filho foi inconveniente para ele?
Se a criança deixasse a bicicleta fora do lugar, mas não atrapalhasse o pai. Qual seria a reação? Talvez, o pai nem ligasse para a desobediência da regra de guardar a bicicleta. Mas, se atento e preocupado com o amadurecimento do filho, desejoso que ele aprenda a autodisciplina e cuidado por suas coisas, o pai poderia chamá-lo para conversar, explicar o erro, pedir que a criança cumprisse a regra. Provavelmente, tudo isso seria feito com uma atitude mais calma e pacífica do que na primeira situação.
Essa diferença nas reações do pai da história (que poderia ser qualquer um de nós em diversas situações que acontecem em nossas casas todos os dias) mostra que, na maioria das vezes, as brigas com nossos filhos nascem dos nossos próprios desejos ruins. Não é mau um pai desejar que seu filho cumpra as regras, mas quando essa é a motivação, a correção não é baseada na raiva e, sim, no amor.
Porém, quando o descumprimento de regras ou desobediências batem de frente com nossos sentimentos maus (orgulho de ser desrespeitado, egoísmo porque queremos as coisas do nosso jeito sempre, comodismo de sermos sempre servidos, ira causada por outras situações que não pudemos controlar etc), o resultado são as brigas raivosas.
E todo tipo de ação corretiva baseada na raiva ou vingança não é educativa. Ela pode até gerar uma mudança de comportamento temporária, mas muitas vezes não tem efeito permanente ou sincero. Sabe aquela criança que obedece por fora, mas está morrendo de ódio do pai por dentro? Muitas vezes, esse é o resultado dessas brigas que querem corrigir o comportamento da criança, mas não são baseadas no amor e no desejo sincero pelo bem do seu filho.
Eu sou Melina, mas pode me chamar de Mel. Amo escrever, amo meu marido, amo minhas três filhas e, acima de tudo, amo Jesus. Moramos na Pensilvânia, nos EUA, e, sempre que consigo, gosto de falar sobre minhas experiências, aprendizados e desafios seja na maternidade, na vida cristã ou como imigrante.
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