Para Mães e Pais noites de tormenta mãe cansada blog de mãe

Noites de tormenta, dias de culpa e volta por cima (ou quase)

30 de setembro de 2015

Faz quatro meses que este post está nos meus rascunhos. Li hoje por acaso e vi como mesmo pontual, tem um misto de sentimentos atemporais. Por isso, compartilho, ainda que pareço velho.

Já faz uma semana que a Ana Júlia melhorou da gripe (uma das piores que ela teve), mas eu precisei de sete dias todos para me recuperar. E ainda não estou 100%.

Essa gripe não foi a pior nos sintomas, acho que já vi a Ana Júlia pior, com mais febre e tosse (em outra ocasião, já tivemos que fazer raio-x para descartar pneumonia). Mas foi a doença que a deixou mais chata, mais dependente, mais carente. Foi a semana toda em casa, eu tendo que me virar nos 30 com os compromissos no trabalho, tendo que dar atenção 100% e, detalhe, com o marido viajando.

Quando eu digo que ela ficou chata e carente, é chata e carente MESMO. Eu não podia sair da vista dela por nem um segundo, aliás, ela não podia ficar fora do meu colo por nem um segundo. As coisas só ficavam bem quando ela ia dormir. Mas é claro que a doença não a deixou dormir direito… Nem comer. Nem tomar remédio. Nem fazer inalação.

Aliás, da inalação eu desisti. Ela chorava tanto para fazer que produzia mais catarro do que o nebulizador era capaz de ajudar a eliminar. Totalmente contraproducente.

Teve remédio de madrugada por sete dias. E claro, o bebê que dormia das 20h às 7h desapareceu. Ela até dormia às 20h e acordava às 7h, mas geralmente fazia um intervalo das 23h às 2h. Nas primeiras noites, a madrugada foi regada a muito choro. Depois, ela achou que este era um horário bacana para brincar e gastar a energia que acumulou – no meu colo – durante o dia.

Ou seja, foram sete dias dormindo MUITO mal durante a noite e MEGA estressada durante o dia com as coisas que eu sabia que não estava conseguindo fazer do trabalho. Ah, some a isso, máquina de roupa que ficou estragada dois dias e mais um dia sem conseguir sair de carro de casa porque o portão deu pau.

Foi uma semana de cão. Sem rotina, sem roupa limpa no frio, sem condições de ficar em pé. Caos total.

Mas as coisas não pararam por aí. Totalmente exausta e estressada, vocês imaginam como eu estava emocionalmente. Adivinha quem levou um monte de patada desnecessária e resposta grosseira? A única pessoa que estava no meu lado estes dias: a minha Manuela.

Ai que dó. Dormi me remoendo de culpa quase todos os dias porque tinha perdido a paciência em algum momento por besteira. É claro que estava morrendo de sono e muito nervosa, mas a menina não tem culpa, né?

Na metade da semana, felizmente consegui dar a volta por cima. Numa das madrugadas que a Ana Júlia acordou, resolvi parar de tentar fazê-la dormir (depois de chorar um pouco, claro, rs) e liguei a TV, fiz pipoca, aluguei filme para a Manuela assistir no Net Now e decidi que pelo menos teríamos um momento divertido. E sabe que ajudou? Continuei com sono, é claro. Mas entre passar duas horas irritada tentando forçar o bebê a dormir, passei duas horas vendo desenho e rindo com as minhas filhas.

A semana findou com o dia das mães (detalhe da apresentação da escola que foi sábado às 8h da manhã!!) e comentei com a minha colega: “Acho que essa semana foi desse jeito para eu comemorar o Dia das Mães com gosto”, rs.

A verdade é que se passaram sete dias e ainda estou atrasada! Com as coisas do trabalho, com as coisas do blog, das redes sociais, de outros blogs que colaboro. Ainda estou morrendo de medo de as meninas ficarem doentes de volta. Ainda nem acredito que consegui passar ilesa por tudo isso.

Ainda estou “abalada”, sabe? A maternidade não é fácil. Eu sei que não é. Eu me esforço e me esforcei muito. E, modéstia à parte, acho que fiz um bom trabalho nessa situação. Mas sabe quando você faz uma coisa perigosa – intencionalmente ou não – e depois de conseguir fica nervosa, tremendo, às vezes chorando?

Estou me sentindo assim. Olho para trás, tudo que tenho vivido com minhas duas filhas (e todo o resto de coisas na minha vida) e eu fico meio nervosa, pensando “como eu consegui isso?” e tenho vontade de chorar.

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Quem Sou

Sou Melina Pockrandt Robaina, filha de Deus, jornalista e mãe da Manuela (6 anos) e da Ana Júlia (1 ano)

Eu sou Melina, mas pode me chamar de Mel. Amo escrever, amo meu marido, amo minhas três filhas e, acima de tudo, amo Jesus. Moramos na Pensilvânia, nos EUA, e, sempre que consigo, gosto de falar sobre minhas experiências, aprendizados e desafios seja na maternidade, na vida cristã ou como imigrante.

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