Hoje, enquanto eu assistia ao Stories da psicóloga Camila Machuca (www.instagram.com/camilamachucapsi), eu comecei a pensar o quanto nosso orgulho ainda atrapalha nossa função de pai e mãe.
Ela estava explicando sobre como ajudar a criança a lidar com os sentimentos, como a raiva e a tristeza. Ela falava sobre tentar acalmar a criança, ajudando-a a identificar de onde estava vindo essa emoção, entre outras estratégias.
Isso parece tão eficaz (e é, já testei), mas precisa ser feito com amor, empatia, tom de voz calmo e amável. Mas por que a gente não faz? Porque a gente se ofende.
A gente se ofende com a criança que grita.
A gente se ofende com a criança que chora.
A gente se ofende com a criança que desobedece, que bate, que vai mal na escola, que não come a refeição que preparamos, que não arruma a cama…
Não estou dizendo que algumas dessas coisas são aceitáveis. Não estou dizendo que você deve aceitar a desobediência deliberada ou a falta de cumprimento de tarefas.
Quem me acompanha sabe muito bem o quanto bato na tecla dos limites, disciplina e obediência.
Porém, quando a gente se ofende (temos o nosso orgulho ferido) pelos comportamentos inadequados de nossos filhos, nós não conseguimos educar.
Ninguém que foi ofendido tem interesse e vontade em abaixar, olhar nos olhos e, com voz calma e amável, ensinar e ajudar o ofensor.
Pais ofendidos não conseguem entender o que a criança está sentindo.
Pais ofendidos não conseguem ensinar a criança a lidar com suas emoções.
Pais ofendidos não conseguem corrigir um comportamento errado com uma disciplina instrutiva – e não punitiva.
Pais ofendidos não conseguem compreender as limitações da criança ao dar (ou repetir) uma ordem.
Pais ofendidos não conseguem educar!
Se você quer ser um pai ou uma mãe melhor, você precisa deixar seu orgulho de lado e olhar para seu filho como alguém que precisa do seu ensino, da sua ordem, da sua disciplina, dos seus limites.
Seu filho não é seu inimigo! Mesmo no meio das crises de birra, madrugadas em claro, “nãos”, notas vermelhas, gritos e choros, ele não é seu inimigo.
Segure a mão da sua criança para ajudá-la; mas, para isso, você vai precisar soltar o seu orgulho.