Na semana passada, postei nas redes sociais uma foto com as meninas, contando que elas queriam ir no parquinho e eu não queria de jeito nenhum. Eu estava cansada. Queria um café. Tinha levado as duas para o escritório, o que dificulta MUITO o trabalho. Enfim, eu só queria sentar e tomar um café. Mas daí meu marido chegou e eu saí para correr. Corri quase uma hora e voltei para casa RE-NO-VA-DA. Peguei as duas e fomos para o parquinho. Porque o que eu precisava era do tempo da mamãe.
Para pensar em silêncio. Para rir ou para chorar de qualquer besteira. Para comer um pedaço de torta sem ter que dividir. Para colocar os pés para cima sem se preocupar com o espaço que estão ocupando. Para fazer o que gostam sem se preocupar com ninguém.
E os filhos precisam que suas mães tenham esse tempo. Porque mães felizes são mães melhores. E a felicidade está bem mais perto quando podemos – nem que seja por meia hora na semana – sair daquele estado de hipervigilância que a maternidade exige.
Li outro dia, na internet, que esse estado de hipervigilância da maternidade se assemelha ao de um soldado em guerra, que precisa estar atento 100% do tempo a tudo. Não sei se é verdade e não fui atrás de me informar mais. Mas me pareceu fazer bastante sentido.
Não é que a gente, mãe, quer ser neurótica e ficar 100% do tempo prestando atenção em tudo. É simplesmente natural e instintivo que o façamos. Lembro de um vez que viajei para o Rio de Janeiro sozinha. Meu sobrinho ainda era bebezinho e ainda acordava de madrugada. Como a Manuela já tinha uns 4 anos, eu não sabia mais o que era passar noites em claro. Então, na volta, eu estava exausta. Quando sentei no avião pensei “como eu queria dormir”, mas meu sentimento era de que eu precisava cuidar da Manuela. Epa, mas ela não estava. Foi muito engraçado quando me dei conta disso e muito libertador quando virei para o lado e dormi.
Foram só dois dias na casa da minha cunhada. Mas eu voltei renovada para a Manuela. Talvez com o corpo cansado, mas com a mente descansada. Foram dois dias em que eu não estava em clima de guerra, em que precisava cuidar de outro ser humano que precisa e depende de mim.
Eu vejo claramente como sou uma mãe melhor quando vou para a academia, manicure e até mesmo depois do trabalho. Consigo estar mais disposta para brincar com as meninas depois de uma tarde no escritório do que depois de uma semana de férias ao lado delas 24 horas por dia. O corpo cansa, a mente cansa, ainda que o coração ame.
É por isso que eu sei que eu preciso de um tempo para mim. E elas também precisam que eu tenha esse tempo!
Eu sou Melina, mas pode me chamar de Mel. Amo escrever, amo meu marido, amo minhas três filhas e, acima de tudo, amo Jesus. Moramos na Pensilvânia, nos EUA, e, sempre que consigo, gosto de falar sobre minhas experiências, aprendizados e desafios seja na maternidade, na vida cristã ou como imigrante.
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