Outro dia, eu e meu marido tivemos uma discussão mais acalorada aqui em casa. Graças a Deus, já não é mais comum a gente discutir em voz alta um com o outro. Já foi bastante rotineiro, há algum tempo; mas agora a gente já está bem mais evoluído, rs. Mas de vez em quando pode acontecer, né? Não somos infalíveis! O problema é quando as crianças veem os pais brigando.
Fui eu que comecei o assunto e fiz questão de esperar as meninas irem dormir antes de iniciar a conversa. Mas eu não esperava que a gente fosse se “empolgar” tanto com o tema. Conversamos, falamos alto, fomos cada um para um canto, esfriamos a cabeça, sentamos, conversamos como pessoas civilizadas, mostramos nossos argumento, nos compreendemos mutuamente, nos abraçamos, nos beijamos, oramos juntos, nos pedimos perdão. E fim!
Só que o que não sabíamos é que tinha uma menininha de 8 anos que ouviu a discussão. E ela deixou um bilhetinho para nós!
Pai, mãe,
Por favor não briguem mais pois isso Deus, eu e aposto que nem vocês gostam. Eu quase chorei por causa disso, por favor não briguem mais. Vamos ser uma família feliz.
Mani
(Papai, se ler esse bilhete antes, deixe para a mamãe ler. E o mesmo para ela)
Meu marido pegou o bilhete, buscou a Manuela no quarto dela e juntos conversamos. Explicamos que às vezes a gente briga, mas se ama. Ele pediu perdão por ter deixado ela ouvir a discussão e, principalmente, porque ela ficou triste. E fizemos questão de que ela soubesse que já estava tudo bem.
As crianças se sentem inseguras quando veem seus pais brigando e é, por isso, que devemos ser tão cuidadosos com as nossas discussões – ainda que sejam válidas.
Eu sei que é muito difícil, pois muitas das brigas acontecem no calor da emoção. Mas, se isso acontecer e a gente discutir na frente das crianças, devemos permitir que elas também vejam o fim da discussão. Se as crianças veem as brigas dos pais, elas também têm o direito de ver a reconciliação.
Além de trazer a segurança que de “está tudo bem com o papai e a mamãe”, isso mostra a elas que todos erram e também ensina como agir para encerrar brigas e discussões. É uma lição prática de relacionamento e um exemplo de como a vida em família deve ser.
Eu sou Melina, mas pode me chamar de Mel. Amo escrever, amo meu marido, amo minhas três filhas e, acima de tudo, amo Jesus. Moramos na Pensilvânia, nos EUA, e, sempre que consigo, gosto de falar sobre minhas experiências, aprendizados e desafios seja na maternidade, na vida cristã ou como imigrante.
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