Lá em Casa

11 horas na escola

10 de agosto de 2010

Eu sou uma péssima mãe, mas pelo menos não estou sozinha no clube.

Esse começo de semana foi particularmente corrido no escritório. Tive compromissos fora e muitas coisas para fazer. Resultado, levei a Manuela cedinho para a escola e fui buscá-la tarde. E ontem, a caminho da escolinha, percebi: ela ficou quase onze horas na escola! Pode uma coisa dessas?

Aí bateu aquela culpa, a típica cobrança e o sentimento de incapacidade… Quando cheguei na escolinha, entretanto, vi que eu não sou a única. Tinha uma fila gigante de carros, como nunca vi em nenhum outro horário. Pais e mães trabalhadores que estavam indo buscar seus filhos quase 19h. “Ufa, eu não sou a única”, confesso que pensei.

Não falo isso para criticar outros pais que, assim como eu, precisam buscar tarde os seus filhos. Falo na verdade com um sentimento de cumplicidade… Eu aprendi algo na minha gestação e nesses quase dois anos da Manuela: se não somos sinceros, frustramos as pessoas ao nosso redor.

Nos primeiros meses de vida da Manu, eu me sentia uma mãe horrorosa porque estava sempre cansada, exausta, desejando – bem no íntimo – que o bebê não precisasse mamar no peito e muitas outras coisas, que toda mãe sabe! Infelizmente, apesar de todas saberem, poucas confessam e isso contribui para os sentimentos ruins, principalmente, sobre a nossa atuação como mães. Parece que todas as famílias são perfeitas – exceto a nossa!

Quando li aquele livro “Eu era uma ótima mãe até ter filhos” (sei que falo bastante dele aqui), tudo mudou! Eu percebi de fato que as mulheres em todo mundo pensam como eu: elas agradecem porque os filhos ficam na frente da TV, enquanto elas podem tirar um tempinho para cortar a unha do pé. Na correria, elas fazem comida instantânea para seus filhos. Mesmo quando elas saem cedo do trabalho, elas aproveitam para passar no cabeleireiro em vez de buscar seus filhos antes na escola…. E ainda assim AMAM SEUS FILHOS DESESPERADAMENTE!

É um alívio – assim como foi ontem – ver que muitos outros pais e mães passam o que eu passo. É muito gostoso conversar com amigas mães que passam pelas mesmas dúvidas, frustrações e raivas que eu. Mais reconfortante ainda é ver como a experiência alheia pode me ajudar a melhorar como mãe, a cada dia. Por isso, eu compartilho o que eu sinto para que alguém que estiver lendo esse texto possa ter certeza “eu não sou a única que deixo meu filho 11 horas na escola”.

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Quem Sou

Sou Melina Pockrandt Robaina, filha de Deus, jornalista e mãe da Manuela (6 anos) e da Ana Júlia (1 ano)

Eu sou Melina, mas pode me chamar de Mel. Amo escrever, amo meu marido, amo minhas três filhas e, acima de tudo, amo Jesus. Moramos na Pensilvânia, nos EUA, e, sempre que consigo, gosto de falar sobre minhas experiências, aprendizados e desafios seja na maternidade, na vida cristã ou como imigrante.

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