Para Mães e Pais criança esquecida no carro

A cada 10 dias, uma criança morre esquecida no carro nos EUA

3 de maio de 2015

O vídeo abaixo é forte, mas tem este objetivo mesmo. Ele faz parte de uma campanha realizada em 2013 nos Estados Unidos alertando para o perigo da asfixia em bebês esquecidos no carro, especialmente em dias quentes. Segundo a organização, a cada 10 dias, uma criança esquecida no carro morre nos EUA. De 1998 a 2013, foram 575 mortes, sendo 75% de bebês até 2 anos de idade.

Bastam 15 minutos num carro quente para que haja danos cerebrais e aos rins. Quando o corpo atinge 40°C, acontece a falência dos órgãos internos e, aos 41°C, a criança morre.

Aqui no Brasil, de tempos em tempos, também vemos notícias tristes de bebês que morreram porque foram esquecidos dentro do carro. E, logo em seguida, uma enxurrada da críticas e xingamentos por parte do público. Na última vez que isso aconteceu, foram 2 ou 3 casos na mesma época, e lembro que a Mari, do Turma da Tia Mari, colocou um post no Instagram com algumas dicas para evitar este esquecimento

Logo, o post foi tomado de comentários ferozes de pessoas que afirmavam que “mãe de verdade não esquece seu filho no carro”, “o post só podia ser brincadeira”, “quem esquece o filho não merece ser mãe” e outros argumentos absurdos.

Li um livro muito bom, chamado “Para que serve Deus”, em que o autor escreveu o discurso que fez em uma reunião dos alcoólicos anônimos, dizendo que os admirava por um motivo: eles sabiam que eram passíveis ao erro. E por saberem de sua fragilidade, ficavam sempre atentos para não errar. Quando achamos que estamos acima do bem e do mal e que nada pode acontecer conosco, ficamos completamente vulneráveis a fazer aquilo que mais abominamos. Quer saber o que aconteceu comigo?

Semana passada eu esqueci a Ana Júlia (1 ano) no carro. Foi um dia mais corrido do que o normal, saí mais tarde para levar as meninas na escola, no meio do caminho li uma mensagem no meu celular que me deixou muito irritada e, quando vi, estava na garagem do prédio do meu escritório. Olhei para trás e vi a Ana Júlia no bebê-conforto olhando para mim pelo espelho retrovisor. Eu esqueci de levá-la para a escola!

Eu sempre dou uma “checada” no banco de trás, mas geralmente deixo a minha bolsa do lado dela ou a bolsa dela no meu lado, no banco do passageiro como mecanismos de alerta. Nesse dia, nenhuma destas coisas aconteceu. A minha bolsa estava do meu lado e se eu não desse a minha “checada” habitual poderia muito bem ter pegado a minha bolsa e saído do carro.

A rotina é cruel, o estresse nos cega e a nossa humanidade completa a fórmula: ninguém está imune ao erro.

Por eu ter a consciência que eu não estou livre de errar é que eu sempre me policio para dar esta checada na cadeirinha. Sei que meu caminho de levá-la ao berçário é o mesmo que eu faço quando vou ao escritório sozinha. Sei que ela dorme no carro e às vezes fica quietinha. Sei que minha cabeça fica a mil no trânsito e a caminho do trabalho. Sei que sou humana!

Não, graças a Deus, eu não deixei ela no carro. Mas poderia ter acontecido? Sim! E ter a consciência de que pode acontecer com qualquer um é o primeiro passo para que não aconteça com ninguém.

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Quem Sou

Sou Melina Pockrandt Robaina, filha de Deus, jornalista e mãe da Manuela (6 anos) e da Ana Júlia (1 ano)

Eu sou Melina, mas pode me chamar de Mel. Amo escrever, amo meu marido, amo minhas três filhas e, acima de tudo, amo Jesus. Moramos na Pensilvânia, nos EUA, e, sempre que consigo, gosto de falar sobre minhas experiências, aprendizados e desafios seja na maternidade, na vida cristã ou como imigrante.

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