Lá em Casa

A dona da brincadeira

8 de julho de 2014

Uma das minhas histórias infantis favoritas é “O Dono da Bola”, da Ruth Rocha. O texto é de 1967, mas ainda super atual. O Caloca é o único garoto do bairro que tem uma bola de verdade, que é usada pelo time para jogar futebol. Só que quando as coisas não saem do jeito que ele quer, Caloca pega a bola e vai embora, estragando a brincadeira de todo mundo.marcelo

Aqui em casa, a gente tem o livro Marcelo, Martelo, Marmelo (que traz a história) já faz uns dois anos e a Manuela gosta muito. Acho uma forma bem legal de falar do egoísmo das crianças com seus brinquedos e tudo mais. Usei bastante naquela fase dos 3 anos (mais ou menos), em que ela não queria dividir nada com ninguém. Logo a fase passou e ela sempre foi uma das mais sociáveis no parquinho com seus brinquedos de areia.

Mas agora, com 5 anos, acho que a Manuela está precisando ser lembrada da história do Caloca. Eu sempre percebi que ela tinha a tendência a fazer o que os outros queriam. Sempre brincar das escolhas alheias e com as regras estabelecidas pelos amigos. Até me preocupava um pouco que ela ficasse sempre sendo “mandada” pelas crianças.

Minha preocupação diminuiu no ano passado quando ela veio me falar de uma colega que era muito mandona nas brincadeiras, da qual ela não gostava… Foi um alívio ver que, de fato, ela percebia quando as outras crianças faziam isso e sabia se “defender”. Ensinei a conversar com a amiga para tentar resolver o problema.

Enfim, essa semana, percebi que os papéis se inverteram. A Manuela virou a “dona da brincadeira”. Nesses dias, levei-a no parque com uma amiga e meu marido a levou no parquinho e nós dois constatamos a mesma coisa: ela está muito mandona! Ela cria e muda as regras das brincadeiras, ela decide qual vai ser o jogo e nunca quer trocar o papel. Quando chega a vez dela fazer alguma coisa que não quer, decide brincar de outra coisa.

Em geral, eu prefiro deixar que as crianças se entendam, brinquem, briguem, mas se resolvam sozinhas (contato que não se machuquem, claro!). Inclusive, essa é uma “regra” aqui em casa para os playdates: vamos na casa de algum amigo ou o amigo vai vir aqui, mas se começarem a brigar e me chamarem para resolver, a brincadeira acaba.

Mas, tendo em vista essa mudança de comportamento da Manuela, resolvi intervir. Conversei com ela ontem e expliquei que ninguém gosta de quem fica sempre mandando na brincadeira. Fiz ela lembrar de como não gostava daquela colega da escola do ano passado e disse que ela até pode continuar agindo assim se quiser, mas que eventualmente vai acabar afastando seus amigos.

Sei que aprender pela experiência é muito mais eficaz, mas acredito que temos a função de servir de sinal vermelho para as atitudes dos nossos filhos. Pelo menos um alerta! Eu já expliquei, mas se ela quiser “furar o sinal”, ela pode, mas deverá arcar com as consequências. Não sei se fiz certo. Às vezes, acho que interfiro demais; às vezes, interfiro de menos. Mas estou tentando e com as melhores das intenções!

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Quem Sou

Sou Melina Pockrandt Robaina, filha de Deus, jornalista e mãe da Manuela (6 anos) e da Ana Júlia (1 ano)

Eu sou Melina, mas pode me chamar de Mel. Amo escrever, amo meu marido, amo minhas três filhas e, acima de tudo, amo Jesus. Moramos na Pensilvânia, nos EUA, e, sempre que consigo, gosto de falar sobre minhas experiências, aprendizados e desafios seja na maternidade, na vida cristã ou como imigrante.

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