Na semana passada, tive reunião com a professora da Manuela. Estava acostumada às reuniões de cinco minutos em que tudo o que eu ouvia era “muito bom aqui, muito bom lá, muito bom acolá etc e tal”, até mesmo pelo despreparo das professoras na outra escola em que ela estudava.
Desta vez foi completamente diferente. A começar pela duração da reunião, que demorou quase uma hora. Além disso, a profe explicou todos os aspectos que a Manuela estava desenvolvendo e quais os critérios de avaliação para a turma, qual era o esperado para a faixa etária dela, como ela estava pessoalmente e como estavam seus coleguinhas. Mostrou o caderno e as atividades que ela tem feito em sala. Felizmente, ela está ótima (pra variar um pouco, né? Hahahaha. Não resisti!)
Mas a professora disse que tem um problema sério. A Manuela não presta atenção durante as explicações. Ela fica conversando com os colegas ou simplesmente no mundo da Lua. Nem pude querer discordar porque em casa é a mesma coisa.
Na hora de ver desenho, ela nem respira para não perder um segundo do programa. Agora, se eu a chamo para pedir três coisas, ela faz uma. Quando pergunto porque não fez as outras, ela nem se lembra do que eu tinha pedido. Quando eu chego em casa para almoçar, ela sabe me contar todos os programas que assistiu e as histórias, sem pestanejar. Agora, se eu pergunto o que a professora Karine falou na escola, ela demora horas para lembrar alguma coisa.
E sem contar a tal da bezerra. Basta eu querer conversar sério com a Manuela que ela logo dispersa, distrai, fica olhando para o nada e pensando na morte do bicho, só pode. É tenso manter a atenção dela.
Enfim, a professora pediu que nós também ajudássemos em casa, estimulando atividades que exigissem atenção, como ler um livro e perguntar o enredo ou detalhes da história. Cheguei em casa, no dia da reunião, e a primeira coisa que fiz – como uma boa mãe se sentindo culpada – foi pegar um livro para lermos juntas.
E acham que adiantou? A menina sabe tudo! Presta atenção, sabe explicar a história e até lembra aqueles detalhes da ilustração, como “qual era a cor do vestido da princesa?” ou “quantas árvores tinha no jardim?”. Só resposta certa!
Ainda estou tentando ver como posso fazer para desenvolver a atenção dela. E todo dia, no caminho da escola, eu lembro que ela precisa prestar atenção na professora e que eu vou querer saber o que ela aprendeu à noite. Até chegarmos lá, eu fico pensando com saudades do tempo em que minha única dificuldade era fazer a Manuela largar a chupeta ou fazer xixi no banheiro…
Eu sou Melina, mas pode me chamar de Mel. Amo escrever, amo meu marido, amo minhas três filhas e, acima de tudo, amo Jesus. Moramos na Pensilvânia, nos EUA, e, sempre que consigo, gosto de falar sobre minhas experiências, aprendizados e desafios seja na maternidade, na vida cristã ou como imigrante.
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