É comum acontecerem cenas de ciúmes com a chegada do irmãozinho. A gente falou na semana passada sobre como ajudar o filho mais velho com a chegada do irmãozinho, especialmente durante a gravidez. Agora, vamos falar sobre como ajudar nesse processo na hora da chegada efetiva, no nascimento do bebê.
Assista ao vídeo e compartilhe com quem possa estar precisando falar sobre esse assunto!
Seu filho não tem a responsabilidade de decidir se ele quer ou não um irmão. Quem decide isso são os pais. Não jogue esse “peso” sobre ele, mesmo porque crianças são volúveis: uma hora querem um irmãozinho; outra hora, um cachorro; depois, um pirulito.
Entenda que a criança pode não reagir super bem à notícia da gravidez. Ou reagir muito bem no início e depois regredir. É importante explicar o máximo possível – de acordo com a idade do mais velho – o que a gravidez representa e dar tempo para que ela possa assimilar a notícia, expressar seus sentimentos, especialmente, quando há ciúmes com a chegada do irmãozinho.
Uma coisa que funcionou muito com a Manuela foi dar a liberdade de ela participar de algumas decisões antes da Ana chegar. Escolher peças do enxoval, ajudar a arrumar o quarto, levar em uma ecografia (de preferência quando o bebê já parece um bebê de verdade, rs) são oportunidades de a criança mais velha participar ativamente da chegada do irmão. Aqui em casa, a Manuela até ajudou a escolher o nome e fez o quadrinho da porta da maternidade. Mas, para isso, é importante lembrar do tópico anterior: tudo no tempo e no desejo da criança. Não force a participação dela, se não for de sua vontade.
Nesse momento dos preparativos (e também depois do nascimento), é comum que a criança sinta que toda a atenção está sendo para o bebê e isso se torna um gatilho para surgir ciúmes com a chegada do irmãozinho. Então, aproveite a oportunidade para relembrar como foi com ela. Por exemplo, estão arrumando o quarto? Conte como foi que você arrumou o quarto dela antes do nascimento. Como escolheu o nome, as cores, mostre fotos e outras lembranças para o mais velho entenda que recebeu essa mesma atenção e cuidado.
Não é hora de mudar a criança da escola, tirar a chupeta, começar o desfralde etc. É importante manter a rotina o máximo possível. Quanto mais mudanças, mais dificuldade de assimilar. Lembre que o mais velho já está passando por uma mudança significativa que é a chegada do irmão.
Sabe aquela história de “vai ajudar a cuidar”? Não é verdade! O irmão mais velho não tem a responsabilidade de cuidar do mais novo. Então, não exija isso dele. Mas, se ele quiser, permita.
Ainda pensando no “irmãozinho que dá trabalho”, meça as suas palavras em frente ao mais velho. Evite demonstrar que seu cansaço e seu estresse, por exemplo, estão relacionado ao irmãozinho.
Comparação é um terreno perigoso. Não compare o filho mais velho com o mais novo, esperando melhorar o comportamento. Por exemplo: “Pare de chorar. Sua irmã está quietinha” ou “Coma sua comida porque seu irmão está comendo bonitinho”. Acho que isso é bem óbvio, né?
“Sentimentos de ambivalência (amor e raiva) são esperados. Conversar com a criança sobre eles e dar vazão para a expressão deles é muito importante”, explica a psicóloga Eliziane Rinaldi. Nosso papel como pais não é reprimir e brigar, no estilo “não fale isso da sua irmã”. Mas ajudar a identificar, explicando o que é ciúme, por que ela se sente assim e, principalmente, aproveitar a oportunidade para conversar e dizer que ela é querida, amada, que o irmão não vai tomar o seu lugar etc.
Momentos sozinhos com um dos filhos são necessários (principalmente para as mães). Nesse quesito acho importante citar três aspectos diferentes:
Evite momentos com o bebê em que o mais velho não possa participar, pelo menos nesse início pós-parto. Se você conseguir, envolva-o até mesmo na amamentação. Permita que a criança fique próxima, deitada no seu colo ou sentada do seu lado.
Explique quando não for possível. Comunique-se com seu filho. Teve uma época que a Ana Júlia se distraía muito para mamar e a Manuela não podia mais ficar perto. Eu precisei explica e, nesses momentos, o pai precisava passar um tempo de qualidade com a mais velha para diminuir essa separação.
Promova momentos em que você tenha tempo exclusivo e de qualidade. Saía para o parquinho ou para o cinema com o filho mais velho. Se ainda não der, use as sonecas do bebê para brincar com o que ele quiser.
Uma coisa bem prática que vai ajudar a diminuir o ciúmes com a chegada do irmãozinho é permitir que o filho mais velho mexa nas coisas do mais novo. Quer brincar com o móbile? Deitar no berço? Dobrar as roupas e “arrumar” o guarda-roupa? Deixe! Não supervalorize as coisinhas do bebê. Isso também irá ajudar.
Eu sou Melina, mas pode me chamar de Mel. Amo escrever, amo meu marido, amo minhas três filhas e, acima de tudo, amo Jesus. Moramos na Pensilvânia, nos EUA, e, sempre que consigo, gosto de falar sobre minhas experiências, aprendizados e desafios seja na maternidade, na vida cristã ou como imigrante.
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