Como fazer meu filho comer bem? Esse é o drama de muitas mães. Resolvi buscar ajuda de uma profissional, mas que é mãe também, para contar como ela faz na casa dela.
Conhecida de longa data, a nutricionista Camila Garcez Farias se tornou mãe na mesma época que eu. O Caleb, seu primogênito, nasceu poucos dias antes da minha Manuela. Dois anos depois, chegou a vez de se tornar mãe de dois.
Formada pela UFPR, a Camila sempre estimulou a galera a ter uma alimentação saudável. Lembro de uma vez, na praia, estávamos brincando com um jogo de tabuleiro (só marmanjos sem filhos) e ela veio, tirou a barra de chocolate da mesa e colocou um pratinho com manga cortadinha para a gente comer.
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Com a preocupação em fazer nossos filhos comerem sempre bem, resolvi perguntar para ela: como você faz com seus filhos? Você acha que sua formação contribuiu para eles terem uma alimentação mais saudável? Amei o depoimento dela, foi tão legal, que resolvi fazer uma série com as dicas. Para começar, confira o que ela conta sobre o relacionamento dela e das crianças com a comida.
Abaixo, o texto está em suas palavras
Quando era criança, lembro-me de ser influenciada a experimentar alimentos quando me falavam das suas vantagens (vitaminas). Eu sempre perguntava: “Esse é bom pra quê?” Vejo no Caleb, meu filho de 4 anos, este mesmo interesse.
Ele me pergunta: ‘Mamãe, o que tem ferro? Porque eu quero ficar forte!’ Aproveito o interesse dele para ensiná-lo. Eu procuro passar meu conhecimento sobre alimentação no dia-a-dia, durante as refeições e quando vou comprar frutas e verduras na feira.
Meus filhos comem bem, o Caleb come melhor do que a Mariana, que tem 1 ano e 8 meses. Cada filho é diferente mesmo! Ela é muito mais exigente que ele. Ambos comem melhor que muitas crianças, mas conheço algumas crianças que comem bem também.
Eu não acho que meus filhos comem bem porque sou nutricionista. Vejo muitas mães que comunicam sobre a importância de uma alimentação saudável e das propriedades nutritivas dos alimentos e que não são nutricionistas. Assim como conheço nutricionistas cujos filhos não se alimentam bem. No dia-a-dia é a mãe quem alimenta e não a nutricionista.
A maioria das mães tem uma noção geral do que é bom para o seu filho e tem meios acessíveis para adquirir tais informações. Entretanto, nutricionistas ou não, todas cometemos erros e acertos na hora de educar.
Fazer boas refeições numa rotina com horários pré-estabelecidos é um hábito que cabe a mães e pais ensinarem. É geralmente repetitivo e exaustivo, assim como a diversos hábitos que tentamos ensinar aos nossos filhos. A maioria dos bons hábitos alimentares que tento passar para os meus filhos aprendi na convivência em família e não na faculdade.
É claro que o que eu aprendi na faculdade é importante, mas é mais útil em momentos específicos em que há algum tipo de intolerância ou restrição alimentar devido a alguma doença, como intolerância à lactose, diarreia, constipação, ou até em casos de doenças crônicas como o diabetes.
Desde pequena eu aprendi a importância de comer à mesa, não ficar beliscando entre as refeições, não tomar muito suco durante a refeição, comer de tudo um pouco, não exagerar nas guloseimas, comer corretamente com os talheres, ter boas maneiras à mesa etc. Além desta tarefa árdua que é ensinar bons hábitos alimentares, ainda temos que nos empenhar em fazer uma refeição gostosa e variada.
Não é nada fácil. Mas uma boa alimentação é mais que um bom hábito, é uma forma de viver que vai trazer bem-estar e saúde ao corpo durante toda a vida. Por isso devemos dar o nosso melhor para que nossos filhos aprendam a se alimentar e não simplesmente comer.
Eu sou Melina, mas pode me chamar de Mel. Amo escrever, amo meu marido, amo minhas três filhas e, acima de tudo, amo Jesus. Moramos na Pensilvânia, nos EUA, e, sempre que consigo, gosto de falar sobre minhas experiências, aprendizados e desafios seja na maternidade, na vida cristã ou como imigrante.
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