Para Mães e Pais Melinda Blau encantadora de bebês

Encontre a si mesmo em meio a maternidade

10 de maio de 2015

A American Greetings lançou, no ano passado, um vídeo recrutando pessoas para um trabalho especial. As vagas abertas são para emprego com carga horária de 24 horas, sete dias por semana. O trabalho exige formação em medicina, nutrição, psicologia, pedagogia e finanças. Não há férias ou descanso e as pausas para refeição são permitidas desde que as tarefas já estejam cumpridas. O salário? Nenhum. O regime de contrato, vitalício. Amor incondicional e dedicação exclusiva não são diferenciais. A iniciativa da empresa de cartões surpreendeu e emocionou os participantes que reconheceram a importância da função.

Pode parecer loucura, mas todos os dias, milhares de candidatas aceitam esse desafio e passam pela oportunidade única de serem mães. Não há curso que ofereça teoria suficiente ou proporcione a experiência necessária para construir a história de um filho. A maternidade, que não vem com manual, nasce primeiro no coração e transforma profundamente uma mulher.

Em meio a um turbilhão de mudanças, descobrimos rapidamente um afeto que com os maiores (e menores) gestos mostra que somos capazes de tudo pelo outro. Para isso, lançamos mão de toda abnegação e fazemos escolhas diárias que alteram completamente a rota de quem somos. Deixamos de lado o ser multifacetado composto pela profissional, esposa e mulher para assumir a prioridade de formar uma nova vida.

Frente a inúmeras renúncias, podemos cometer o erro de nos perdermos de vista. Como guiar alguém quando não sabemos onde estamos ou para onde queremos ir? Ao encontrar a maternidade, preenchemos a vaga mais importante das nossas vidas. Mas não se pode abrir espaço para outros vazios. Mesmo em meio às noites em claro, visitas ao hospital ou depois da troca de fraldas, é preciso olhar para dentro e procurar-se também enquanto indivíduos, aceitando os limites da imperfeição e do cansaço e buscando alternativas para driblá-los.

Durante  esse processo, devemos entender que só se pode completar a história de um filho quando estamos completas. A missão passa então a ganhar mais um desafio: é preciso cuidar de si sem deixar de cuidar do outro. Ou cuidar do outro sem deixar de cuidar de si. Com boas doses de planejamento e suporte familiar, uma mulher pode conciliar a rotina agitada e dedicar um tempo para fazer o que gosta, cuidar da saúde, manter a beleza em dia, pegar um cinema ou investir nos relacionamentos. É possível também dar continuidade ao profissional, voltando ao trabalho ou iniciando novos projetos. Isso quer dizer que será fácil? Não, mas trilhar a trajetória sem culpa, assumindo com leveza os caminhos que se decidiu seguir fará toda a diferença no desenvolvimento da mãe e na formação da criança.

Como diria o emocionante comercial de leite em pó, os filhos completarão cinco ou quarenta anos, escolherão uma profissão, mas a nós caberá para sempre o título de mãe. Fazer nossas próprias escolhas e perseguir os sonhos sem medo dará a eles a dimensão de que seguir em frente faz parte do crescimento. Se criamos os pequenos a nossa imagem e semelhança, nada mais divino do que ensiná-los a serem completamente humanos, com erros e acertos, amando a si e ao próximo. Com a nossa maior arma, o exemplo, mostraremos a eles a oportunidade de ser o que quiserem, de skatistas a veterinários, e isso não muda nada o fato de que serão para sempre nossos filhos.

*Artigo de Vera Regina Meinhard-Cobellache, mãe da jovem Saskia, é responsável pelo Mãe Ser Mãe da Rede Ubuntu, programa que oferece às mulheres uma nova perspectiva sobre a maternidade. Com princípios como humanidade, relacionamento, colaboração e solidariedade, a rede atua com foco em consultoria, educação e coaching.

Assine nossa newsletter

Cadastre-se para receber novidades e dicas no seu e-mail

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

19 − 7 =

Assine nossa newsletter

Cadastre-se para receber novidades e dicas no seu e-mail

Quem Sou

Sou Melina Pockrandt Robaina, filha de Deus, jornalista e mãe da Manuela (6 anos) e da Ana Júlia (1 ano)

Eu sou Melina, mas pode me chamar de Mel. Amo escrever, amo meu marido, amo minhas três filhas e, acima de tudo, amo Jesus. Moramos na Pensilvânia, nos EUA, e, sempre que consigo, gosto de falar sobre minhas experiências, aprendizados e desafios seja na maternidade, na vida cristã ou como imigrante.

Saiba mais

Maternidade Simples 2015 - 2024 - Todos os direitos reservados