Para Mães e Pais culpa materna

Não naturalize comportamentos nocivos

4 de setembro de 2018

Gritar com os filhos é, infelizmente, muito mais comum do que a gente gostaria de admitir. Estressadas e cansadas, parece que os filhos só param ou fazem o que mandamos ao gritarmos. Esse é, para mim, um desafio real e diário: não gritar com as minhas filhas. E por quê? Porque eu sei que não é legal, fica aquele “climão” na casa, elas se assustam e algumas vezes choram, eu me sinto super mal e não gostaria que gritassem comigo também.

Ontem, no Instagram, vi uma imagem que mostrou o que acontece no cérebro da criança na hora que gritamos com ela – o que fortaleceu ainda mais meu compromisso de evitar e me controlar para não gritar com minhas filhas. Veja a imagem abaixo:

 

https://www.instagram.com/p/BnTYiidH7MS/?taken-by=maternidadesimples

Obviamente, como o objetivo de informar mais pessoas, compartilhei a imagem no meu perfil e começou-se a discussão sobre “mães perfeitas não existem”. De repente, em vez de pessoas querendo se informar, reuniram-se pessoas para se defender e afirmar que “toda mãe grita”.

Não é para acusar, é para informar

Em primeiro lugar, é importante lembrar que nós, como mães comprometidas com a educação de nossos filhos, devemos estar sempre buscando informação. Esse post mostra informação e explica que a criança não aprende quando gritamos com ela.

Não é um post para acusar ninguém, mas para informar e estimular os pais que querem mudar o tratamento que dão aos filhos.

Não naturalize o que é nocivo

O discurso de “toda mãe grita” pode até ser verdadeiro. Mas não deveria ser no sentido de “toda mãe grita, deixa a gente gritar sem ficar apontando o dedo”. A fala deveria ser “toda mãe grita, mas toda mãe está querendo parar de gritar”.

Não podemos tornar natural e aceitável um comportamento que faz mal para toda família:

  • a criança não aprende e cria memórias ruins
  • a mãe se sente culpada
  • o relacionamento mãe-filho é prejudicado
  • fica aquele climão na casa e afeta toda a família – que fica pisando em ovos para não ver outra explosão daquelas

O velho discurso do “sobrevivi”

Quando a gente naturaliza o grito materno estamos afirmando que esse é um comportamento aceitável e, assim, não estimulamos pais e mães a mudarem suas atitudes.

Acabamos caindo no mesmo velho discurso do “comi e não morri”. Aquelas coisas do tipo: tomei leite condensado na mamadeira e agora não posso dar brigadeiro para o meu filho; andava no porta-malas do fusca e agora meu filho não pode andar de carro sem cadeirinha… E a lista de exemplos é grande!

É o mesmo discurso do “toda mãe e todo o pai grita” quando não é acompanhado de um “estamos tentando mudar”.

Compromisso com a mudança – é possível

Precisamos estar comprometidos em melhorar sempre! E isso não será possível quando decidirmos que é natural um comportamento nocivo como gritar com os filhos. Eu luto constantemente contra isso e, graças a Deus, tenho conseguido melhorar – e muito. A gente precisa encontrar outras formas de comunicar, lembrando que nosso grito não ensina!

Lembrando algo que já falei aqui antes: O grito parece resolver um problema, mas é um grande equívoco. Ele chama a atenção da criança? Sim, mas com base em quê? Medo e intimidação. E, com isso, a gente perde todo o respeito. Afinal, que falta de controle, não?

Melinda Blau, autora da série Encantadora de Bebês, falou algo muito bacana em uma entrevista que participei: o único sentimento ao qual não podemos dar vazão é a ira. Ela é tóxica, contamina o ambiente e faz mal para todo mundo. Na hora da raiva, saia de casa, vá para um canto sozinha, grite num travesseiro, mas não deixe que ela extravase em forma de gritos ou agressões a quem você ama.

Gritei – E agora?

E se o grito aconteceu, aproveite a oportunidade para ensinar. Espere os ânimos acalmarem, chame seu filho e peça perdão! Explique que não é assim que a gente resolve as coisas e que você está tentando melhorar. E tente mesmo!

Leia também

Como não gritar com os filhos?

 

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Quem Sou

Sou Melina Pockrandt Robaina, filha de Deus, jornalista e mãe da Manuela (6 anos) e da Ana Júlia (1 ano)

Eu sou Melina, mas pode me chamar de Mel. Amo escrever, amo meu marido, amo minhas três filhas e, acima de tudo, amo Jesus. Moramos na Pensilvânia, nos EUA, e, sempre que consigo, gosto de falar sobre minhas experiências, aprendizados e desafios seja na maternidade, na vida cristã ou como imigrante.

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