Uma das nossas maiores responsabilidades como pais é, sem dúvida, ensinar nossos filhos sobre o certo e o errado. Por mais que muitos queiram deixar essa função para a escola, ela é nossa e não dos professores.
Acho que as nossas principais falhas nesse quesito acontecem porque achamos que a criança sabe instintivamente o que é certo ou errado, mas isso não é verdade. A instrução tem que ser clara e constante.
Esses dias, eu e a Manuela estávamos caminhando em uma rua perto de casa e vimos uns filhotinhos de cachorro lindos em uma casa. Não nos contivemos, mexemos com eles. Só que não esperávamos que um deles passasse pelo portão para nos seguir. Coloquei o cachorro de volta na casa e fomos embora.
Alguns dias depois, a Manuela falou para mim que queria um cachorrinho daqueles e na maior naturalidade perguntou por que nós não tínhamos ficado com aquele que quis nos seguir. Eu disse que ele pertencia a outra pessoa e ela respondeu: “Mas ele quis vir comigo”. É claro que, então, começou o sermão sobre o que é de cada um, posse, etc e tal.
E no dia a dia são diversas as situações que a gente precisa ensinar sobre respeito, educação, honestidade, caridade e muitas outras coisas que farão toda a diferença no caráter dos nossos filhos e também no relacionamento deles com outras pessoas e com o mundo a seu redor.
A grande verdade é que depois de adulta (ou ainda na adolescência) será muito mais difícil a Manuela ser uma pessoa ética, honesta e caridosa – ou mesmo persistente, resiliente e determinada – se eu não ensinar isso agora. Uma colega de trabalho outro dia brincou comigo quando eu falei que a Manuela guardava um brinquedo antes de pegar outro: – Se minha mãe tivesse me ensinado a ser organizada quando eu era pequena, não seria tão difícil eu organizar a minha mesa hoje.
Brincadeiras à parte, eu tento ajudar a Manuela a aprender hoje o que ela vai precisar no futuro. Mas é claro que nem sempre acerto e também tenho medo de meu trabalho ter o efeito contrário: por exemplo, a insistência pela organização se tornar uma mania compulsiva. Mas vou buscando o equilíbrio em busca de oferecer a melhor criação possível.
Ah, e não posso deixar de mencionar: o exemplo ensina mais que mil palavras. Não conseguimos ensinar nossos filhos a serem amáveis, se dentro de casa os pais gritam um com o outro. Não é possível ensinar as crianças a dividirem, se não queremos dar a última bolacha do pacote quando o outro pede. Jamais conseguiremos ensinar uma boa alimentação, se no nosso prato não tem nenhum verdinho. E assim por diante. Para falar a verdade, os exemplos que damos – ou não damos – são minha maior preocupação…
Eu sou Melina, mas pode me chamar de Mel. Amo escrever, amo meu marido, amo minhas três filhas e, acima de tudo, amo Jesus. Moramos na Pensilvânia, nos EUA, e, sempre que consigo, gosto de falar sobre minhas experiências, aprendizados e desafios seja na maternidade, na vida cristã ou como imigrante.
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