Para Mães e Pais

“O coração do Francisco bateu por mim e por ele”, Cris Guerra

15 de julho de 2015

Numa loja do shopping, a vendedora fala:
– Não esquece de preencher o cupom para concorrer ao carro.
– Eu não posso ganhar porque trabalho na agência que fez a campanha – explica a cliente.
– Coloca no nome da sua mãe – rebate a vendedora.
– Ela morreu – diz a moça.
– Do namorado… – tenta mais uma vez.
– Também morreu.
– Do pai? – sugere reticente.
– Todo mundo morto! – diz a cliente com certo humor.

Cris Guerra

Reprodução: Hoje vou assim

Assim, com esta história trágica, mas cômica, Cris Guerra começou sua palestra no Seminário de Mães. E resume bem o espírito de toda a conversa. Cris conseguiu reunir muitas risadas e lágrimas e, ainda, trazer mais transparência e leveza contando sua experiência com a maternidade.

A primeira vez que ouvi falar da Cris Guerra foi pela minha sócia, acho que há uns 4 anos. Ela me contou sobre esta mulher que tinha um blog que reunia cartas para o filho dela, falando sobre o pai que tinha morrido antes de ele nascer. Mas também, ela tinha um blog em que postava diariamente os looks que usava. Entre o Para Francisco e o Hoje vou assim, fiquei sabendo um pouco mais sobre ela. O que não imaginava é que era uma pessoa tão diferente da imagem que fazia na minha cabeça.

Deixa eu parar de enrolação e falar de uma vez por todas algumas preciosidades que a Cris compartilhou para todas a mães presentes no seminário.

Cris Guerra

Cris Guerra, no Seminário de Mães

LUTO: CRIS GUERRA

E no fim da gravidez da Cris morre o pai do Francisco. Sem mais, nem menos. Sem doença, sem acidente. Num dia antes de ir trabalhar, se vestiu e morreu dentro de casa. Como você lidaria com isso? Cris conta que o apoio dos amigos foi fundamental. Mas, mais do que isso, ela entendeu que não poderia simplesmente morrer junto com o amor da sua vida, pois dentro dela, carregava o Francisco.

“O coração do Francisco bateu por mim e por ele”.

Quando ele nasceu, Cris conta que trouxeram o bebê para perto dela, ele parou de chorar e ela pensou: “Eu que fiz ele parar de chorar?” Mas então entendeu que, na verdade, seria ele que a faria para de chorar.

Cris, que já tinha perdido o pai e a mãe para o câncer, afirma que sempre há algo que aprender com o que acontece, por mais difícil que seja.

BLOGS

Quando a Cris começou o Para Francisco, ela conta que foi uma experiência transformadora, pois era literalmente a “transmutação da tristeza em alegria”. E esta história particular, com ingredientes universais, acabou alcançando um sucesso imenso (que depois virou livro e vai virar filme com a Débora Falabella vivendo a Cris).

Mas, pouco tempo depois, ela também começou o Hoje vou assim, que a salvou de ser uma mulher chata e triste. “O blog de looks era para mim, mas também era para o Francisco. Porque ele precisava de uma mãe feliz.”

Cris Guerra

Cris e Francisco

“MEU MAIOR ACERTO É SER HUMANA COM ELE”

Uma das coisas que me marcou na palestra foi essa sinceridade da Cris em relação à maternidade. Ela conta que o Francisco parou de mamar muito cedo por vários motivos e ela chegou na casa da sogra, meio chateada, e a avó dele falou: “então agora ele pode dormir aqui”. E ela entendeu que estava livre para ir no mercado, no shopping e tudo mais. Hoje em dia, a gente não pode falar este tipo de coisa sem ser criticada pela avalanche do politicamente correto.

Achei sensacional também quando contou que, após o término de um relacionamento, o Francisco disse que estava sentindo falta de fazerem coisas juntos e ela falou: “Filho, eu não posso fazer só por você. Neste momento, estou numa fase difícil e preciso de um momento para mim”. Isso é honestidade, sinceridade, que mostra respeito da mãe pelo filho e gera respeito do filho pela mãe. “Meu maior acerto é ser humana com ele”, disse.

10 COISAS QUE APRENDI SENDO MÃE

A Cris litou 10 coisas que ela aprendeu com a maternidade. E assino embaixo de cada uma delas!

1) Maternidade não vem com manual.

2) É preciso saber dizer não (principalmente para as expectativas dos outros). Isso é dizer sim para as nossas vontades.

3) Mãe é ser empreendedora. Depois de ser mãe, descobrimos em nós potenciais que nem imaginávamos. Fazemos muito mais por nossos filhos do que faríamos por nós mesmas.

4) Comparou, chorou. Temos que viver livres de comparar nossas vidas com dos outros para sermos livres da culpa.

5) Ter filho rejuvenesce.

6) Ser mãe não é a nossa única fonte de satisfação. 

7) Ser mãe é uma aventura sem volta.

8) Mães precisam de ajuda.

9) O que faz um filho feliz é uma mãe feliz.

10) Aprendi a me perdoar. “A gente está neste mundo para ser imperfeito!”

EM RESUMO

A Cris Guerra é uma pessoa admirável. Passou por situações que não posso nem imaginar. Vive a maternidade ao mesmo tempo que vive seus outros sonhos. Tinha tudo para ser uma mãe super protetora e com a vida girando em torno do Francisco. Em vez disso, parece ser uma mãe muito tranquila e uma mulher realizada e bem-sucedida.

A maternidade da Cris é leve, sem neuras e com muito humor! Como a vida da gente deve ser.

Cris, obrigada! Você arrasou.

Para terminar, o vídeo com o qual a Cris encerrou a palestra. E é o fim perfeito para este post!

https://www.youtube.com/watch?v=URgHjkUOJP8

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Quem sou

Sou Melina Pockrandt Robaina, filha de Deus, jornalista e mãe da Manuela (6 anos) e da Ana Júlia (1 ano)

Eu sou Melina, mas pode me chamar de Mel. Amo escrever, amo meu marido, amo minhas três filhas e, acima de tudo, amo Jesus. Moramos na Pensilvânia, nos EUA, e, sempre que consigo, gosto de falar sobre minhas experiências, aprendizados e desafios seja na maternidade, na vida cristã ou como imigrante.

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