Uma das coisas que eu menos me orgulho na minha maternidade é aquele rompante de irritação que termina em gritos. Desde a época em que a Manuela era pequena eu já melhorei muito, muito mesmo. Antigamente, rolava grito materno pelo menos uma vez por semana. Agora, não consigo me lembrar dos episódios, de tão ocasionais que são.
Mas infelizmente ainda não consegui tirar completamente este mal da minha vida.
Neste domingo, aconteceu de volta. Gritei com a Manuela. E por inúmeros fatores pelos quais ela não era responsável. Foi a chuva que pegou a gente no meio do caminho enquanto estávamos a pé. Foi a fome do almoço quando a comida ainda precisava ser feita. Foi a bagunça na casa porque as tarefas não são cumpridas sem que eu precise mandar. Foi o trabalho que a Ana dá, afinal é um bebê. Mas bastou eu perguntar algo para a Manuela e ela não me responder adequadamente… Aquela raiva que era formada por muitas razões distintas começou a ferver, crescer e saiu na forma de um grito bem alto e assustador.
É claro que a Manuela prestou atenção no que eu estava falando e respondeu. Mas quem não faria?
O grito parece resolver um problema, mas é um grande equívoco. Ele chama a atenção da criança? Sim, mas com base em quê? Medo e intimidação. E, com isso, a gente perde todo o respeito. Afinal, que falta de controle, não?
Se isso não bastasse, o grito contamina a casa toda e deixa o clima pesado, com todos pisando em ovos. Ninguém quer ver outra explosão destas, certo?
A Melinda Blau, autora da série Encantadora de Bebês, falou algo muito bacana em uma entrevista que participei: o único sentimento ao qual não podemos dar vazão é a ira. Ela é tóxica, contamina o ambiente e faz mal para todo mundo. Na hora da raiva, saia de casa, vá para um canto sozinha, grite num travesseiro, mas não deixe que ela extravase em forma de gritos ou agressões a quem você ama.
E se o grito aconteceu, aproveite a oportunidade para ensinar. Peça perdão ao seu filho e diga para ele que não se deve elevar a voz numa briga, que os gritos são errados e que você está tentando não fazer mais isso. E tente mesmo!
Eu sou Melina, mas pode me chamar de Mel. Amo escrever, amo meu marido, amo minhas três filhas e, acima de tudo, amo Jesus. Moramos na Pensilvânia, nos EUA, e, sempre que consigo, gosto de falar sobre minhas experiências, aprendizados e desafios seja na maternidade, na vida cristã ou como imigrante.
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