Todo mundo sabe identificar uma cena de birra. Seja por experiência própria ou por testemunhar crianças descontroladas deixando seus pais malucos no shopping, parquinho ou mercado. Já há algum tempo temos entendido melhor sobre por que as birras acontecem e, com isso, estamos aprendendo a lidar melhor com as crises.
A revista Superinteressante publicou a reportagem – muito bacana – “A ciência contra a birra“, que traz algumas explicações científicas sobre porque as crianças pequenas têm acessos são intensos de raiva e choro por pequenas bobagens (aos nossos olhos).
Dentre os assuntos mais importantes que a reportagem apontou, achei muito relevante o fato de entender que o cérebro das crianças não está completo, principalmente a área chamada de neurocórtex, responsável pela capacidade de reflexão, pensamento analítico, resolução de problemas etc. Além disso, faltam conexões cerebrais entre os neurônios, o que faz com que – até quatro anos de idade – a parte mais primitiva do cérebro seja a mais atuante.
Na verdade mesmo, o cérebro só está 100% formado por volta dos 25 anos, mas a partir dos 5, 6 anos, as coisas já começam a entrar nos eixos.
O que já nasce pronto é a parte do cérebro responsável pelos comportamentos necessários para sobrevivência: fome, sono, medo etc. Isso funciona muito bem, mas não consegue se conectar com a área cerebral mais evoluída e que comanda as respostas mais racionais.
É por isso que, quando a parte mais primitiva do cérebro é acionada (seja pelo medo da mãe sair de perto ou pela raiva de ter tido um desejo negado), as reações são completamente irracionais e parece que nenhuma argumentação faz sentido.
Todo esse conhecimento é muito legal, mas e na prática: como agir na hora das birras sabendo tudo isso?
Precisamos entender que na hora da crise, a cérebro da criança está agindo no seu modo irracional. Ou seja: argumentos – por melhores que sejam – não irão ajudar. Se ela está reagindo no campo das emoções, aja da mesma forma. Abrace, mostre empatia, olhe nos olhos, fale com carinho. Difícil? Eu sei que é! Mas os resultados são melhores.
Atrair a criança para outra coisa que possa despertar a atenção é também uma dica infalível. Já até falei dela naquele post com dicas para lidar com a birra.
Depois que a crise passar, nós temos a oportunidade (e a responsabilidade) de ajudar a criança a verbalizar os seus sentimentos. Isso irá ajudá-la a desenvolver esse caminho e conexão entre as áreas primitiva e racional do cérebro. Assim, ela estará mais próxima de conseguir lidar com suas emoções.
Exemplo: DEPOIS que a criança parar de chorar, você pode perguntar “filho, por que você ficou tão bravo?”. A resposta, normalmente, pode ser um “não sei”. E você pode ajudá-lo a entender e ensinar como responder a essa emoção adequadamente: “Acho que você ficou bravo porque eu não deixei você brincar com o meu celular. Mas naquela hora, não podia mesmo. Quando isso acontecer, não é necessário gritar. O melhor é a gente encontrar outra coisa para você brincar.”
Eu sei que birra é uma das coisas capazes de acabar com a sanidade e paciência dos pais. Porém, os cientistas identificaram que quanto mais irritado ou nervoso o pai fica, pior é o comportamento da criança. Então, se a gente se controlar, podemos fazer com que a crise acabe mais rápido!
Compreender o comportamento errado não significa aceitar o comportamento errado
Eu sou Melina, mas pode me chamar de Mel. Amo escrever, amo meu marido, amo minhas três filhas e, acima de tudo, amo Jesus. Moramos na Pensilvânia, nos EUA, e, sempre que consigo, gosto de falar sobre minhas experiências, aprendizados e desafios seja na maternidade, na vida cristã ou como imigrante.
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Muito bom o artigo mas de quem é a autoria?
Esse texto é meu, mas tem o texto original da Super Interessante aqui: https://super.abril.com.br/comportamento/a-ciencia-contra-a-birra/