Outro dia estava na panificadora do meu tio e, sempre que eu vou com as meninas, ele dá alguma coisa para ela. Eu estava só com a Ana Júlia, ele deu um chocolate e eu logo falei para ela “diga obrigada”.
Acho natural e muito importante que nós, pais e mães, ensinemos nossos filhos a serem bem educados. Oi, tchau, desculpa, por favor e obrigado são palavras que nós precisamos ensinar, sim. Já ouvi gente dizendo que não devemos forçar a criança a falar desculpa se ela não quiser, mas não concordo com isso.
Quando ensinamos essas atitudes básicas, estamos ensinando que a criança precisa se preocupar com o outro e que ela não é o centro do mundo. Cumprimentar, pedir por favor, agradecer são coisas que fazemos pelos outros, para demonstrar que o outro importa. E isso ajuda a desconstruir na criança a ideia de que ela é única e não precisa se preocupar com ninguém.
Enfim, saindo da panificadora, eu fiquei pensando em como a gente erra na ânsia de querer acertar.
Mais do que falarmos “diga obrigada”, “peça desculpas”, “fale tchau”, a gente precisa mostrar as razões disso. Acredito que seremos mais eficazes e ensinaremos mais rápido a lição se abordarmos o assunto de outra forma. Perceba:
Em vez de diga obrigada, prefira como a gente fala quando ganhamos algo? ou como a gente diz quando alguém faz algo por nós?
Em vez de peça desculpas, prefira como a gente fala quando machuca alguém?
Em vez de diga por favor, prefira o que se diz quando a gente pede algo?
Em vez de dê oi, dê tchau, prefira como falamos quando encontramos alguém? Ou quando vamos embora?
Parece uma sutileza muito grande, mas acredito que é muito mais educativo. A criança é levada a pensar no que deve dizer de acordo com a situação específica.
Em casa, por exemplo, quando as meninas pedem algo, eu não dou até que elas peçam por favor. E isso é um exercício diário que tem dado frutos. Outro dia até comentei nas redes sociais que o “tio” da escola veio me parabenizar porque a Manuela é muito educada, pede sempre por favor e diz obrigada quando precisa de algo.
Com a Ana Júlia, por ser menor, eu estava cometendo o erro de dizer o que ela tinha que falar. Mas estou me policiando para mudar isso. Raciocínio, reflexão, prática e, muito em breve, hábito!
E você, como ensina essas “palavras mágicas” para seu filho?
Eu sou Melina, mas pode me chamar de Mel. Amo escrever, amo meu marido, amo minhas três filhas e, acima de tudo, amo Jesus. Moramos na Pensilvânia, nos EUA, e, sempre que consigo, gosto de falar sobre minhas experiências, aprendizados e desafios seja na maternidade, na vida cristã ou como imigrante.
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Parabéns. Bela reflexão!!!
Que tal apenas perguntar, quando ganhar algo, ou pedir algo ou qq situacao abordada, “vc tem algo a dizer?” Dizer “diga obrigada” ou dizer “o que se diz quando a gente ganha algo” é a mesma coisa.