Lá em Casa ser mãe é bom demais

Por um mundo com menos mães virtuais

23 de fevereiro de 2015

“Que horror!” – foi esse o comentário que recebi de uma seguidora quando falei no Instagram que, quando minha filha está muito desobediente e pede para ir na casa da avó, eu fico em dúvida se não deixo ir para ficar de castigo ou se mando de uma vez para eu ter um pouco de paz. Mas a maior parte dos  comentários foram de mães que entendem bem o que eu falei e que, assim como eu, muitas vezes mandam para a casa da avó, sim!

O horror da seguidora não é um julgamento sem fundamento. É, na verdade, o susto de ver alguém falando sobre as dificuldades da maternidade em uma sociedade cheia de mães perfeitas. Mães que guardam para as redes sociais as poses e conquistas dos filhos, os beijos e abraços, a ajuda que recebem dos amigos e parentes, o amor incondicional e sacrifical intrínseco à maternidade. Mas deixam para fora da tela as birras e malcriações, as dúvidas e questionamentos, a assadura que apareceu no bumbum do bebê ou a vez que ela pensou seriamente em pensar de amamentar por causa do cansaço.

Em um mundo de mães perfeitas, pelo menos aparentemente, a verdade da maternidade não tem vez. E a falta de verdade cria uma grande ilusão que engana as mulheres sem filhos. Ao engravidar, muitas vão se lembrar dos momentos de prazer intenso que “aquela grávida do blog” sentia, não importando a temperatura ou qualquer sintoma que estivesse sentindo. Aliás, “aquela grávida do blog” não deve ter tido enjoo, nem calor, muito menos pés inchados iguais ao meu. “Será que há algo errado comigo?”

Lá na maternidade, quando o bebê vier mamar, a expectativa será de um lindo momento a dois, como “aquela mãe de recém-nascido do Facebook” contou outro dia. E quando o neném não mamar, a dor aparecer e a mulher tiver vontade de correr na farmácia comprar mamadeira, aquela pensamento voltará: “será que há algo errado comigo?”.

E o mesmo vai acontecer na primeira crise de birra, algo que o “filho daquela moça do Instagram” nunca teve ou com notas baixas na escola, o que é impensável para “a blogueira mãe dos filhos gênios”. “Será que há algo errado comigo?”

A maternidade é linda? Sim. O bons momentos superam os ruins? Sim. Mas também tem horas que toda mãe quer sair correndo achar um ombro em que chorar. Em um mundo de mães perfeitas, julgamento, comparação e ostentação imperam e não há espaço para desabafos, cumplicidade e companheirismo. É por isso que eu quero um mundo com menos mães das que a gente vê nas redes sociais, perfeitas e de filhos impecáveis. Quero viver em um mundo com mães reais, cheias de dúvidas, questionamentos, dificuldades, mas sempre com uma mão estendida para ajudar!

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Comentários

  1. Bianca Pessoa disse:

    Eu sou uma mãe cheia de imperfeições, mas com uma certeza: faço o meu melhor! Dou o melhor de mim para a minha filha, mas assim como todos no planeta, tenho meus defeitos e erro. Fico irritada, chateada, cansada – como qualquer ser humano. E Juju também não é perfeita – é uma criança muito carinhosa, mas também extremamente geniosa!!! Estou com você! Que venham as mães imperfeitas e reais!!! Ninguém vive em um conto de fadas

    1. Maternidade Simples disse:

      Com certeza!! Somos todas humanas, mas mães felizes que criam filhos felizes :)

  2. Me sinto pisando em ovos o tempo todo, Melina. As pessas além de serem perfeitas na internet, estão prontas para apedrejar qualquer defeito alheio. Pois se uma blogueira faz algo errado, que você nao faz, logo você é melhor. É como se houvesse a necessidade do ser humano em achar alguém em uma situação inferior à sua, para se sentir melhor com seus proprios problemas.

    1. Maternidade Simples disse:

      Com certeza! Não é fácil este mundo materno!! Mas somos mães felizes criando filhos felizes e é isso que importa :)

  3. Mãe e não perfeita!!! disse:

    Pois é Melina vivemos em uma mundo de mães perfeitas que não existem. A madrinha do meu filho por exemplo disse que não se pode dar nenhuma palmadinha na mão. Sou totalmente contra violência ainda mais com meu príncipe que é tudo pra mim. Mas sei que chegara a hora de um dia levar um corretivo. Ele é muito hiperativo danadinho e agora que tá aprendendo a falar pronto. Tem horas que ele me tira do serio me dá tapas na cara puxa cabelo; sei que não é por maldade ele acha que é brincadeira mas tenho que o repreender de uma forma calma mas tenho que fazer. Espero tá fazendo o melhor pro meu pequeno.

  4. Renata Veras disse:

    Amei!

  5. Mãe Iniciante disse:

    Nossa amei texto, sou nova ainda no mundo da maternidade e estou grávida de 7 meses, tenho tantas dúvidas e medos, a fase da gravidez traz tantas mudanças corporais e emocionais que tem horas que acho que não vou dar conta, e infelizmente hoje em dia as mães reais e imperfeitas aparecem menos e a expectativa de ser uma mae perfeita acaba trazendo frustração.

  6. Shayane disse:

    Não é só na internet que isso acontece, infelizmente! Estou gestante e se já não bastassem todos os medos que nos cercam, ainda há aquela necessidade extrema de falarem na nossa cara a todo momento que gravidez não é doença e é como se não houvesse o direito de estamos inseguras, cansadas, com medo e num momento que é lindo, porem nem sempre fácil. Espero o dia que seremos realistas e que seja possível enxergar que a nossa perfeição esta dentro de todos os erros cometidos por amor e zelo.

  7. Sabrina disse:

    Gente gostei mto do post, as mulheres não conversam sobre os problemas, é incrível, toda hora caio nessa pergunta… será que é só comigo… isso bate uma tristeza sem fim, pois não tenho com quem conversar e trocar essas experiências, é tão bom saber que é normal e que há gente passando pelas mesmas dificuldades… mas ao contrário, caio sempre no sentimento de solidão e de culpa. Ninguém fala dos maridos, todos são ótimos, fazem de tudo, segunda mãe praticamente. Nossa tem dias que eu nao quero ver nem pintado de ouro… me sinto mto incompreensiva, qdo ele compara o cansaço do trabalho com o cuidado com a criança, quero morrer, dizendo… eu tb to cansado… o dia foi duro… e qdo pede pra baixar a baba eletrônica pois precisa dormir, pois o dia será puxado… e outra coisa… não sei se é só comigo, mas o fato de nossa vida mudar totalmente e a deles praticamente NADA, me consome diariamente…

    Pronto falei! obrigada só pelo desabafo já me sinto melhor…

    1. Joice Bento disse:

      Concordo com vc Sabrina parece que cuidar de filho não cansa , não suga nossas forças estou com bebe de 3 meses amo ser mãe mas é bem cansativo.AH!! alem de tenho duas meninas uma de 11 anos e outra de 8 anos.

  8. Luz, Mãe da Isa. disse:

    é muito difícil mesmo, tem gente que também se assusta com o que eu digo… kkk ás vezes tenho vontade de voltar a Isabella pra barriga. porque ela e muito custosa, tem 3 anos, e deu pra me responder. diz que eu sou muito xata, e fico falando coisas pra ela.. pála com isso!! é essas coisinhas nada fofas que eu escuto, mas ela é ela e eu sou eu.. nos amamos, falamos e demonstramos esse amor a cada minuto, ela tem uma personalidade muito forte, que eu terei que aprender a canalizar para que ela use com sabedoria. morro de medo de falhar, é o que eu digo pra minha mãe, Mãe perfeita não existe, e a gente se equivoca ao pensar que a gente ensina, quando estamos aprendendo, e se não soubermos aprender a criar esse outro ser humaninho fofo e lindinho perfeito da mamãe, o futuro deles pode não ser uma maravilha.. estamos criando seres humanos, e não bebês inocentes eternos.. penso assim!! adorei o post.

  9. Cristiane disse:

    Um dia desses me senti uma pessoa má, isso porque falei tantas coisas do lado ruim da gravidez e dos primeiros dias que que fiquei mal o dia todo, mas fui verdadeira. Sempre li que amamentar era lindo e não foi. Meu filho até os 15 dias mamava e continuava chorando as dores , o cansaço várias crises. No fim quando levei ao pediatra foi necessário o complemento; . Quando começou a melhorar e comecei a sentir prazer em amamentar meu filhote não queria o peito. aff….tristeza . Uma amiga que teve filho uns 6 meses me passava a real rsrsr; e me senti com vontade de passar o mesmo. tive vontades de gritar , chorar ,Mas passou tudo passa. Quando sessam as cólicas aparecem outras dores e aflições. Ser mãe é padecer rsrs , mas é lindooo..

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Quem sou

Sou Melina Pockrandt Robaina, filha de Deus, jornalista e mãe da Manuela (6 anos) e da Ana Júlia (1 ano)

Eu sou Melina, mas pode me chamar de Mel. Amo escrever, amo meu marido, amo minhas três filhas e, acima de tudo, amo Jesus. Moramos na Pensilvânia, nos EUA, e, sempre que consigo, gosto de falar sobre minhas experiências, aprendizados e desafios seja na maternidade, na vida cristã ou como imigrante.

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