Fazer o bebê dormir é um dos maiores desafios – e desejos – dos pais. Aqui em casa eu tive sucesso nesse aspecto com as minhas duas filhas, mas sei que não é regra. Por isso, pedi para a Fernanda Braga, consultora de sono infantil da MomMe Sleep Company, listar quais são os principais erros no sono do bebê.
Segundo a especialista, é importante que os pais entendam quais são as capacidades reais de um bebê em relação ao sono. “Para conseguir dormir por longos períodos, o bebê precisa se desenvolver neurologicamente em alguns aspectos, o que só acontecerá por volta de oito semanas. Depois disso, é necessário alcançar outros marcos biológicos. É só a partir de 3 meses que o corpo passa a produzir melatonina, o hormônio indutor do sono, e o ciclo circadiano começa a comandar os horários de dormir e acordar”, explica.
Ou seja, não dá para ficar esperando que um bebê de um mês durma à noite toda. É biologicamente inviável – por mais que, em raras exceções, isso possa acontecer. Ainda existe outro aspecto, a parte digestiva: alguns bebês só consegue abandonar a mamada da madrugada por volta dos nove meses.
Importante frisar que isso é do ponto de vista alimentar. Sei que tem criança que acorda para mamar de madrugada até bem mais tarde, mas muitas vezes a questão é emocional e não fome. “Cada criança é única e não existe um certo ou errado universal. Não é porque o seu bebê começou a dormir a noite toda com 3 meses que a filha da vizinha vai conseguir também”, salienta Fernanda.
É muito comum os pais acharem que quanto mais tarde a criança for dormir ou quanto menos dormir de dia, melhor vai dormir à noite. Não, não, não! Esse é um dos maiores erros no sono do bebê.
“É importantíssimo não manter o bebê acordado. Se isso acontecer, o corpo vai produzir cortisol – o hormônio do estresse – e esse bebê vai ter dificuldade em pegar no sono e permanecer dormindo. Vale a pena comentar que já coloquei muitos bebês para dormir mais cedo e eles acordam mais tarde.”
Segundo a especialista, em geral, um bebê de quatro meses não deve ficar acordado por períodos maiores do que 90 minutos. Um bebê entre 6-8 meses, pode ficar acordado por período de até 2h, 2h30.
Não podemos achar que os hábitos da família não influenciam o bebê. O clima da casa tem influência direta sobre as crianças, incluindo o sono delas. A energia de todos está interligada. “Se a mãe é muito ansiosa, vive nervosa, seu filho dificilmente vai conseguir dormir em paz. Por isso, é muito importante os pais cuidarem deles mesmos primeiro para então conseguirem ajudar seu bebê.”
Para Fernanda, esse é o maior dos erros no sono do bebê: tratar sintomas. “É comum ouvir ‘o bebê não dorme? Faz o método do Nana Neném’. Precisamos entender a necessidade real dos bebês. O que ele está querendo dizer? Como está o desenvolvimento, parte emocional, psicológica, física, nutricional?”, enumera a especialista.
Segundo ela, são tantos pontos que influenciam o sono, que é cruel não ter certeza de que todos os pontos estão em ordem antes de querer mudar o comportamento. Ou seja, você quer que seu filho durma à noite, mas está passando por dificuldades no desenvolvimento ou mesmo se sentindo carente. É injusto não olharmos o todo!
“Existe uma frase da Rebecca Eanes que eu amo e diz mais ou menos assim: quando focamos apenas no comportamento, deixamos de ver a criança e só olhamos com a intenção de julgar, se vamos premiar ou castigar. Quando olhamos por trás do comportamento, vemos uma criança passando por uma dificuldade e que precisa da nossa ajuda para vencer mais um desafio”. Um grande exemplo são crianças de 2-3 anos que fazem muita malcriação e, às vezes, tudo o que elas precisam é mais atenção, afeto ou horas de sono.
A Fernanda é consultora de sono (Brasil e EUA) e sempre participa do blog com informações relevantes para pais e mães. Você pode acompanhá-la pelo:
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Eu sou Melina, mas pode me chamar de Mel. Amo escrever, amo meu marido, amo minhas três filhas e, acima de tudo, amo Jesus. Moramos na Pensilvânia, nos EUA, e, sempre que consigo, gosto de falar sobre minhas experiências, aprendizados e desafios seja na maternidade, na vida cristã ou como imigrante.
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