Eu chego ao mercado com o bebê de dois meses. É a primeira vez que vou às compras sozinha com a Ana Júlia. No caminho, fui torcendo para que ela dormisse, o que deixaria tudo muito mais tranquilo. Quando eu cheguei, viva!, ela está dormindo.
Assim, em vez de tirá-la do carro e usar o carrinho do mercado com assento de bebê, eu prefiro não arriscar acordá-la. Pego o bebê-conforto e caminho confiantemente para pegar um carrinho comum (daqueles de dois andares), pois lembro que na época da Manuela a cadeirinha encaixava perfeitamente na parte de cima.
Coloco o bebê-conforto da Juju no carrinho. Putz, não é do mesmo tamanho que era o da Manuela. Por 0,5 cm, ele não encaixa e “afunda”. Mas, por causa de outros 0,5 cm, ele não entra completamente e fica torto. Depois de três tentativas, a Ana Júlia acorda com o balancê e eu parto para o carrinho grande mesmo. Coloco o bebê-conforto lá no fundo e vou às compras, “são poucas coisas mesmo”, eu penso.
Só que agora a Juju está acordada. Lá do fundo do carrinho, ela olha para mim, que mantenho o contato visual. O objetivo é ter a certeza de que está tudo bem com ela. E quando eu digo tudo bem, é: sem fome, sem choro, sem sono (porque não sei se ela dormiria com facilidade nesta situação), sem cocô… Felizmente, foram 15 minutos de compras e tudo correu na mais perfeita ordem!
Saí do mercado pensando que eu havia me esquecido como simples momentos como ir às compras podem ser tensos com bebê pequeno. Quem nunca precisou deixar as compras no meio do corredor e sair para o banheiro trocar a fralda de bebê não sabe do que eu estou falando…
Por isso eu percebo que ao contrário do que diz o ditado popular, a gente se esquece, sim, da primeira vez. Pelo menos no que diz respeito à maternidade. Se assim não fosse, acho que não teríamos mais filhos (já falei sobre isso lá naquele post da amnésia biológica). Ninguém em sã consciência escolhe mergulhar de cabeça em uma rotina frenética que divide o dia em duas opções de agenda: dormir em períodos de duas horas e ficar acordada limpando cocô ou tentando decifrar o choro do bebê.
Desculpe se parece trágico, mas não conheço ninguém que diga que o primeiro mês de vida do bebê foi lindo e maravilhoso! Mas se for o seu caso, conte pra gente que ficaremos felizes em ouvir.
Entretanto, por mais que seja meio enlouquecedor, esse período de repente se torna uma vaga lembrança – assim como as noites ensinando o bebê a dormir, os momentos de cólica, as birras, o desfralde etc e tal – e a gente se aventura novamente. Então, se você está passando por alguma fase difícil, acredite: você vai conseguir sobreviver a ela; outras virão, mas elas também terão fim. Eu vou confessar que a Juju acabou de completar três meses e eu realmente já não lembro com intensidade daqueles primeiros dias tão cansativos. Mas, antes que você me pergunte: não, eu não quero ter mais um bebê, rs.
Eu sou Melina, mas pode me chamar de Mel. Amo escrever, amo meu marido, amo minhas três filhas e, acima de tudo, amo Jesus. Moramos na Pensilvânia, nos EUA, e, sempre que consigo, gosto de falar sobre minhas experiências, aprendizados e desafios seja na maternidade, na vida cristã ou como imigrante.
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