Quando a Manuela, minha filha mais velha, nasceu há seis anos, eu tinha um mundo de informações bem mais limitado do que hoje. E uma das dificuldades grandes que tive foi com a amamentação. Aos dois meses e meio, precisei complementar com fórmula e, em pouco tempo, a pequena largou o seio.
Não me culpo (hoje – mas me culpei muito na época), pois sei que foi necessário e fiz o que era preciso. Manuela, prematura, praticamente não ganhou peso nestes dois meses de aleitamento materno exclusivo, eu tinha pouco leite, tomei remédio para aumentar a produção, tomava muito líquido, fazia livre demanda e tudo mais que me mandassem.
Não deu! Acontece.
Agora, com a Ana Júlia (há pouco mais de um ano), não quis repetir o sofrimento. Quando deu 15 dias e vimos que ela não tinha ganhado peso, eu mesma pedi para o pediatra se podia complementar. Lembrei da Manuela pequeninha e magrinha, chorando de fome. Pensei nas horas e horas de livre demanda que foram em vão cinco anos antes. Somei A + B e decidi que iria complementar. O caminho natural foi o desmame, que aconteceu em poucas semanas.
Hoje, entretanto, lendo cada vez mais sobre o assunto, penso que com a Ana Júlia eu poderia ter insistido mais. Não estou fazendo um relato para me culpar (temos que fugir desta síndrome de culpa materna), mas uma confissão que pode ajudar outras mulheres que estão em dúvida sobre este momento. Sei que fiz o melhor que podia com a informação que tinha na época.E é por isso que acho que buscar informação é tão, tão importante.
Meu primeiro equívoco, talvez, foi ter considerado o peso com 15 dias tão crucial. Uma enfermeira especialista em amamentação disse certa vez que é comum que, com o aleitamento materno, a criança ganhe pouco peso nos primeiro mês, que vale a pena esperar pelo menos o 30º dia antes de dizer que não está dando certo.
Outra complicação, eu vejo, foi ter limitado um pouco a livre demanda. Como tive problemas sérios com a Manuela derivados da ideia de “o bebê abriu a boca, dá de mamar”, eu tinha medo de repetir a experiência. Assim, fui regrada demais nos horários e no tempo de mamada, o que pode ter inibido a produção que já era pouca.
Além disso, desta vez, eu não tomei nenhum remédio para tentar aumentar a quantidade de leite. Acho que, na verdade, eu já estava inconscientemente decidida que a mamadeira seria necessária e apenas reproduzi no meu corpo, o que minha mente já vivia.
Enfim, analisando todos estes fatores, acho que poderia ter amamentado mais a Ana Júlia. É claro que, mesmo fazendo tudo isso, talvez não tivesse dado certo – como aconteceu com a Manuela. Nunca saberemos. Uma coisa é certa: amamentar não é fácil, mas é prazeroso e depois a gente sente uma falta enorme. Eu sinto, pelo menos às vezes!
Eu sou Melina, mas pode me chamar de Mel. Amo escrever, amo meu marido, amo minhas três filhas e, acima de tudo, amo Jesus. Moramos na Pensilvânia, nos EUA, e, sempre que consigo, gosto de falar sobre minhas experiências, aprendizados e desafios seja na maternidade, na vida cristã ou como imigrante.
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