Lá em Casa O primeiro braço quebrado a gente nunca esquece

O primeiro braço quebrado a gente nunca esquece

6 de janeiro de 2015

Primeiro veio o barulho horrível. Depois, os gritos e o choro. Por fim, os questionamentos: por que não fomos viajar como planejado? Por que dei a ideia de a Manuela brincar lá em cima? Por que temos uma escada dentro de casa?

Já era meio da tarde quando desistimos de ir para a praia e ficamos em casa, enquanto chovia lá fora. Manuela quis brincar com seu telefone de lata e eu sugeri que brincasse com o papai lá em cima, no ático. Passaram alguns minutos até que o barulho absurdo me fez pular do sofá. Ela caiu do ático no meio da escada e desceu rolando até o final, chegando no corredor. Eu já estava ali, com ela no colo, tentando consolá-la.

gesso

Então começaram os choros, gritos desesperados de dor. “Ai minha cabeça, ai meu braço. Está doendo muito a minha cabeça. Não consigo parar de sentir. Eu não consigo mexer meu braço. Não consigo fazer nada”. Foi triste, caótico, desesperador. Em todo o tempo, me mantive firme, segurando a Manuela no colo e garantindo a ela que não tinha sido nada, que já iria passar. Eu não sabia se não tinha sido nada, eu não sabia se iria passar. Eu queria acreditar que sim, mas não tinha certeza.

O susto foi gigante. A ideia de ela ter batido feio a cabeça era nossa maior preocupação, por isso, chamamos a Ecco Salva. Foram menos de 10 minutos para eles chegarem. 10 minutos tensos, de muito choros e gritos. É claro que, no meio deste caos, a Ana Júlia acordou e ficou no meio daquela confusão toda.

O médico avaliou a Manuela. Disse que a princípio não havia nada de errado com a cabeça. Ele disse que os sinais de alerta seriam vômito ou desmaio na hora do acidente. Deveríamos, nos três dias seguintes, observar se ela reclamasse de dor generalizada na cabeça, apresentasse vômito contínuo ou ficasse incomodada com sons ou luzes.

Já o braço precisou ser imobilizado e ele nos mandou ir ao hospital para fazer exames. Quando saímos de casa, mais ou menos 40 minutos após o acidente, Manuela já estava mais calma. Não chorava mais, mas reclamava de dor no punho. Fomos ao hospital e demoramos umas duas horas até terminarmos todo o atendimento. O diagnóstico: fratura no punho, precisou engessar.

Ela não queria, mas entendeu que era preciso. Hoje, 24 horas depois, ela já quis tirar o gesso, já reclamou de calor e coceira, já quis desenhar e, depois de ganhar assinatura do papai e da mamãe, disse que quer ficar com o gesso até fazer sete anos… Enfim, ainda faltam 29 dias (de férias e calor) para ela ter um caso de amor e ódio com o punho fraturado. Quanto a mim, resta decidir se deixo a culpa me consumir ou aprendo a lidar com o fato de quem nem sempre um beijinho de mãe tira a dor.

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Comentários

  1. Bianca Pessoa disse:

    Ih, querida, não se culpe! Crianças são arteiras por natureza e isso vai fazer parte da vida dela. Difícil uma criança que não tenha fraturado, torcido ou quebrado algo. Júlia tem 04 anos e perdeu o dente com suas artes, na escola. Eu nem estava lá para consolá-la. Só estava com ela no dentista, na hora da anestesia local. Ela já caiu da escada, já fez e aconteceu. Dói, a gente chora junto às vezes, mas faz parte da vida. Estamos juntas!

    1. Maternidade Simples disse:

      Com certeza, Bianca! Estas coisas fazem parte e a gente tem que aprender a lidar!! Beijo grande

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Quem Sou

Sou Melina Pockrandt Robaina, filha de Deus, jornalista e mãe da Manuela (6 anos) e da Ana Júlia (1 ano)

Eu sou Melina, mas pode me chamar de Mel. Amo escrever, amo meu marido, amo minhas três filhas e, acima de tudo, amo Jesus. Moramos na Pensilvânia, nos EUA, e, sempre que consigo, gosto de falar sobre minhas experiências, aprendizados e desafios seja na maternidade, na vida cristã ou como imigrante.

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