Lá em Casa

A alegria de estar longe das minhas filhas

14 de fevereiro de 2015

Vocês percebem que eu gosto de uns títulos polêmicos, hahahahaha… A verdade é que vocês não conseguem imaginar como tenho estado feliz com o retorno das aulas da Manuela e a ida da Ana Júlia para o berçário.

A Ana Júlia está com nove meses e quem me acompanha aqui já sabe que eu voltei a trabalhar (tenho uma empresa) quando ela estava com dois meses e meio. Para isso, eu passei a levá-la ao escritório comigo todos os dias. No início, meu carrinho/ moisés servia para o sono quase constante da pequena. Depois, quem salvou minha vida foi a cadeirinha de descanso. Por fim, precisei comprar um berço portátil e me virar nos trinta com o bebê engatinhando para o banheiro e mexendo nos lixos, enquanto tentava trabalhar. O meu objetivo era “conseguir aguentar” até o início deste ano.

Entre trancos e barrancos aguentei (quase não acredito que consegui!) e a Ana Júlia começou no berçário no dia 26 de janeiro.  Confesso que achei que eu ia ser mais descolada e ficar super tranquila com a ida da Ana Júlia para escola, mas não foi assim. No primeiro dia, a “tia” combinou de me ligar. No segundo, eu liguei para ela. No terceiro, Juju chorou para ficar na escola. O meu único pensamento durante toda a primeira semana era “será que ela acha que eu a abandonei?”. A minha preocupação, na verdade, não é nem com o cuidado propriamente dito. Confio que ela está sendo bem cuidada e amparada, mas fico imaginando como ela se sente, se ela pensa “onde está minha mãe? por que ela sumiu?” e mais dessas coisas das quais achei que eu – mãe de segunda viagem mega hiper blaster experiente – estaria livre.

Mas, graças a Deus, essa ideia passou e, na semana passada, ela já foi para o colo da “tia” e me deu tchauzinho na porta de escola (coisa mais amada!). Mais tarde, levei a Manuela para a escola, que agora já é, nas palavras delas, “crescida” e está no segundo ano. Assim, pode entrar antes na escola e vai sozinha para a sala. Deu tchau na porta e, quando passou na catraca, deu aquela olhadinha de canto de olho como quem diz “você ainda não foi embora?”. Então eu fui e, saindo daquela escola, pensei: como eu sou feliz!! Como sou grata a Deus pela minha vida e minha família! Mas notei como senti falta deste sentimento de plenitude nestes últimos meses.

A verdade é que depois que voltei a trabalhar com a Ana Júlia, estava constantemente cansada, estressada física e mentalmente, nervosa com tudo e todos, contando os segundos para colocar as crianças na cama e poder, finalmente, sentar no sofá no fim do dia, torcendo para que o despertador não tocasse pela manhã para não precisar começar tudo de novo. Depois do começo das aulas, entretanto, tenho conseguido produzir no trabalho, fazer as coisas que eu preciso e chego em casa cansada, sim, mas muito disposta para aproveitar as noite com as meninas. Temos brincado mais, interagido mais, passado mais tempo de qualidade juntas. A hora de pegá-las na escola é uma alegria para todo mundo e os momentos pré-sono são muito melhor vividos.

Às vezes me pego pensando sobre os benefícios para o bebê (e para a mãe) quando a mulher pode ficar em casa tempo integral até ele completar dois anos ou mais. Às vezes, me questiono se eu não poderia me esforçar um pouco mais para ficar com a Ana Júlia no escritório. Também me pergunto se a Manuela realmente precisa ir para a escola no “integral” três vezes por semana. Mas acho que não tem fórmula pronta. Cada um sabe o que funciona para sua família e naquele momento específico. Mesmo que não seja o que a gente acha o ideal, temos que a aprender a fazer a limonada com os limões que temos. Hoje, essa rotina tem funcionado para nós e eu tenho me esforçado para que, com a vida que levamos, elas tenham condições de crescer e se desenvolver (física e emocionalmente) da melhor forma possível. Uma coisa, com certeza, esse modelo já fez por elas: garantir uma mãe muito mais feliz!

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Comentários

  1. Michelle disse:

    Estou adorando acompanhar seu site!

  2. Mari Azevedo disse:

    Nossa eu tenho um bebê de 10 meses e meio que vem comigo para o escritório também, não vejo a hora de colocá-la na escola para poder produzir melhor.
    Sei muito bem o que você está falando.
    E me olham como uma Monstra que terá coragem de colocar o bebê na escola.

    1. Laura Nai Barraza disse:

      Você não é monstra, é mãe…nem tudo o mundo tem corange de falar isso….

  3. Cristiane disse:

    Adorei, me identifiquei . Sinto o mesmo, quando ficava o dia todo com o Ian estava acabada. Agora apesar de tanta correria o pouco tempo que temos é prazeroso.

  4. Laura Nai Barraza disse:

    Adorei o post!!!! Minha filha tem 1 ano e 9 meses. Ela vai na creche desde os 5 meses, foi difícil deixar ela mas não tinha como não voltar a trabalhar. Pensava que ela não iria me reconhecer como mãe. Hoje ficou feliz da minha decisão. Ela é uma menina que se destaca na aula (palavras da professora) independente e desfrutamos de sair juntas, brincar, assistir Peppa e claro nas minhas ferias vou ficar um mês completo com ela. O importante não é a quantidade de tempo se não a qualidade que a gente passa com os filhos. Eu sou uma mae, mulher feliz e ela é uma filha e crianças feliz, graças a Deus por isso.

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Quem Sou

Sou Melina Pockrandt Robaina, filha de Deus, jornalista e mãe da Manuela (6 anos) e da Ana Júlia (1 ano)

Eu sou Melina, mas pode me chamar de Mel. Amo escrever, amo meu marido, amo minhas três filhas e, acima de tudo, amo Jesus. Moramos na Pensilvânia, nos EUA, e, sempre que consigo, gosto de falar sobre minhas experiências, aprendizados e desafios seja na maternidade, na vida cristã ou como imigrante.

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