Gente, amamentar dói!! E eu só descobri na segunda filha!
Quando a Manuela nasceu – há mais de cinco anos – ela ficou sete dias na UTI por causa da prematuridade (ela nasceu com 33 semanas de gestação). Como uma das condições para ela ter alta era que estivesse conseguindo mamar, eu tive todo o suporte da equipe de enfermagem nesses primeiros dias de amamentação.
Além disso, com a dificuldade que ela teve, a fonoaudióloga orientou que usássemos aquele intermediário de silicone, pois era melhor que ela mamasse com ele do que não mamasse nada – como estava acontecendo.
Assim, apesar de alguns percalços que já contei por aqui, o período de ensinar a Manuela a mamar (e eu a amamentar) foi relativamente fácil. E agora, com a Ana Júlia, eu entendo isso mais do que nunca! Foi na segunda vez que eu descobri que amamentar dói.
A Juju não mamou quase nada na maternidade. Mas todas as enfermeiras e também a pediatra me garantiram que era normal que ela não tivesse tanta fome nas primeiras 72 horas. E então, “o leite desceu” e fiquei um dia com aquela sensação horrível: seios duros e inchados, quentes, sem conseguir tirar o leite e ela mamando bem pouquinho.
Depois, ela começou a mamar mais, mas apenas no seio direito. Foram uns 2 ou 3 dias sem conseguir convencê-la a mamar no seio esquerdo – que estava quase explodindo (porque, sério, a tal da ordenha não é nada fácil!). Até uns 10, 15 dias, ela ainda tinha dificuldade para pegar este seio às vezes.
Mas, mais do que a preferência por um seio ou a dificuldade da ordenha do leite materno, a amamentação da Ana Júlia me trouxe uma experiência que eu não conhecia: a dos seios rachados. MEUDEUSDOCÉU, o que é a dor dos seios rachados? Eles racharam, sangraram e doeram MUITO! Várias vezes eu me peguei pensando “se eu tivesse aquele intermediário de silicone em casa, eu ia usar agora!”.
Não é que ele seja completamente contraindicado, mas ele exige mais do bebê, que mama menos e engole mais ar. Então, entre não mamar e mamar com ele, o melhor é usá-lo. Mas entre mamar com ele ou mamar no seio rachado e doído da mãe, é melhor aguentar a dor.
Enfim, meu médico me passou a pomada Trofodermin, que eu resisti em usar porque, segundo a bula, não é indicado durante a amamentação. Meu obstetra garantiu que é seguro para o bebê e só precisa tirar antes de dar de mamar por causa do gosto. Uma amiga minha disse que usou e, para ela, foi ótimo. Depois, não teve mais rachadura nos seios. Assim, com a experiência dela, resolvi usar por volta dos 10 dias depois do parto e achei que teve um alívio maravilhoso. Dois dias passando e senti melhorar significativamente!
No início, eu usei aquela pomada que comentei que meu marido comprou nos EUA para minha cunhada, mas nunca entregamos para ela: a Lansinoh (falei um pouquinho dela aqui no blog). Ela é um creme transparente, parece uma vaselina, que faz uma proteção física no seio – inclusive é super boa para tomar banho porque protege e evita aquela dor quando a ducha bate no corpo. Depois que eu comecei a usar, senti um alívio, mas não curou completamente.
A Mari, do blog Mamãe Prática, contou que ela teve dificuldades no início do processo de amamentação e foi até o PROAMA – programa da Secretaria de Saúde de Curitiba que ajuda as mães no processo de aleitamento e busca incentivar a amamentação entre a população – e eles ajudaram muito. Ensinaram uma técnica para abrir a boca da criança, garantindo a pega correta do seio, e ela não teve mais problemas com rachadura!
Agora, com 22 dias, meus seios não doem mais. Mas cada dia eu penso que, realmente, amamentar é um ato de amor. É preciso muita disposição, persistência e empenho. Mas também entendo completamente as pessoas que não conseguem amamentar. Vale a pena tentar ao máximo, mas também não se sinta péssima se você não conseguir!
A Manuela mamou exclusivamente só até os três meses. Precisei complementar com o NAN com essa idade e, em menos de um mês, ela largou o seio. Na semana passada, o pediatra também pediu para complementar a alimentação da Ana Júlia, porque ela não estava ganhando peso.
Mas isso é assunto para outro post. Apesar da minha resistência na época da Manuela, hoje vejo que foi a melhor decisão – e sinto o mesmo agora. Então, não esqueça: você não é mais ou menos mãe por amamentar o seu filho no seio ou por usar mamadeira: o importante é sempre fazer o melhor ao seu alcance!
Eu sou Melina, mas pode me chamar de Mel. Amo escrever, amo meu marido, amo minhas três filhas e, acima de tudo, amo Jesus. Moramos na Pensilvânia, nos EUA, e, sempre que consigo, gosto de falar sobre minhas experiências, aprendizados e desafios seja na maternidade, na vida cristã ou como imigrante.
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