Lá em Casa sofrimento fetal

Relato de parto e sofrimento fetal (como assim??)

12 de maio de 2014

Como contei no relato de parto da Ana Júlia, a maternidade em que a ela nasceu errou e o meu parto foi mais traumático do que deveria ser. Assim, a Juju sofreu e acabou nascendo sem respirar, para nosso completo susto. Ninguém está preparado para sofrimento fetal.

sofrimento fetal

O meu marido conseguiu ver toda a cirurgia de onde estava e viu quando o médico tirou o bebê da minha barriga e a colocou na minha perna para cortar o cordão umbilical. Segundo ele, ela ficou do mesmo jeito, sem se mexer nem chorar. A pediatra logo a pegou, trouxe para mim e disse que estava levando para a assistência.

Levei um susto porque a Ana Júlia parecia um pacotinho roxo, com a cabecinha caída, sem chorar. E, para piorar, não deixaram meu marido acompanhar seus primeiros momentos e exames – como acontecera com a Manuela. Aí, vimos que alguma coisa estava errada.

Depois de uns 20 minutos, entre tirar a placenta e fechar a minha barriga, a pediatra voltou, agora com a Juju chorando e se mexendo e disse que ela “não nasceu bem”. Ela não estava respirando e precisou ser reanimada, segundo a médica.

Ficamos surpresos, mas só viemos a saber de todos os detalhes mais tarde:

Apgar 1

Quando os nenéns nascem, eles recebem a nota do Apgar, que vai de 1 a 10 considerando 5 critérios (que valem 2 cada): freqüência cardíaca, freqüência respiratória, cor, reflexos e tônus muscular. O Apgar é calculado no 1º minuto e com 5 minutos e, em geral, as crianças nascem com 8, 9. A Manuela, que nasceu prematura, teve 9 e 9. Segundo a pediatra da maternidade, o importante é que até o 5º minuto, o bebê atinja no mínimo 7.

A Juju nasceu com 1, no primeiro minuto!! Ela não respirava, não se mexia, não tinha cor nem reflexo. A única coisa que tinha era uma freqüência cardíaca e baixa. No 5º minuto, seu Apgar ainda era 5; com 10 minutos, 6 e, somente no 15º minuto, ela atingiu 8.

Sofrimento fetal

A pediatra disse que houve sofrimento no parto e que, como ela não atingiu 7 no 5º minuto, é necessário acompanhamento neurológico até os dois anos, apenas para se certificar de que não há nada errado.

Neuropediatra

Fomos na semana passada mesmo no pediatra e no neuropediatra (muito bem indicado aqui em Curitiba). Ambos disseram que ela parece muito bem. O neuro pediu alguns exames e nos acalmou: ele disse que se ela recuperou-se até o 20º minuto, o risco de sequelas é muito pequeno e disse para irmos acompanhando, mas que não será necessariamente preciso continuar até os dois anos.

Atualização: Ela teve alta do neuropediatra aos 4 meses e nunca teve nenhum sequela. Sempre foi uma criança muito habilidosa e inteligente!

Susto

De qualquer forma, ficamos muito chocados com tudo isso! Entretanto, damos graças a Deus porque ele cuida de nós todo o tempo, mesmo numa situação completamente imprevisível como essa. Temos certeza que está e continuará tudo bem com nossa pequena. Mas que foi um susto, isso foi!

Assine nossa newsletter

Cadastre-se para receber novidades e dicas no seu e-mail

Comentários

  1. Ana Carla disse:

    Ola!
    Entao, cheguei ao seu site pelo google, pq meu filho tem 1 ano e 11 meses e nao fala NENHUMA palavra. Nem mamae.
    Ele é esperto, atende comandos, mas falar, nao fala.

    Quando nasceu o apgar foi 7 e depois 9, mas nunca confiei na pediatra. Ele nasceu e nao chorou (cesarea), deois meu marido contou que ee foi ficando roxo.. a pediatra pediu pro medico cortar o cordao e foi aspirar ele. E aí ele chorou. Ela disse q nao foi nada demais, mas vc bem sabe os segundos / minutos enquanto o bebe nao chora pra mae…

    Entao, ele demorou pra rolar, pra sentar, pra andar, mas fez tudo. Mas falar nao fala… e fica na minha cabeça que possa ser alguma sequela de alguma asfixia ao nascer…
    sua pequena falou normalmente?

    (Ja levei ao neurologista, conceituadissimo por sinal, mas acho q pela pouca idade vao enrolando a gente ate crescerem mais..) se puder me responder ficaria mto feliz.

    Suas princesas sao lindas. Beijos

    1. Melina disse:

      Ela falou normalmente. Essa questão da fala pode estar ligada a outras coisas. Vale levar num fonoaudiólogo para avaliar outras questões. :)

  2. Pamela disse:

    Ana Carla como está o desenvolvimento do seu filho? Meu bebê tem 2 anos e 1 mês e não falar , estou muito preucupada

  3. Olá,tive minha filha recentemente,e nunca tinha ouvido falar do assunto. Foi um susto não ver minha filha chorar, mais ela se mexia e resmungava,o médico a ajudou com oxigênio. Ai logo depois foi para um processo chamado resfriamento, ficou sendo resfriada por 72, e depois foi sendo aquecida aos poucos. A neurologista disse que esse procedimento era pra preservar o celebro dela e evitar sequelas futuras. Ela fez uma exame do eletrocefalograma, que não deu nem uma alteração. Mais disseram que ela teve uma convulsão. E deram ela uma anticonvolcionante,que vai tomar até outra avaliação. Gostaria de saber de vc, se sua filha teve alguma limitação ou se estar sem nem uma sequelas ,estou apreensiva com tudo isso ,cheia de medo.gostaria de trocar experiências. Me ajude por favor

    1. Melina disse:

      Ela está ótima! Recebeu alta do neuropediatra com 4 meses. É uma criança extremamente inteligente (inclusive com mais habilidades do que as demais da mesma idade).

  4. Carolina disse:

    Quais exames seus filhos fizeram? Minha filha teve o apgar de 1° minuto mais baixo também, depois subiu, mas o medo fica. Não orientaram acompanhamento com neuro, mas penso em levar.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

treze − nove =

Assine nossa newsletter

Cadastre-se para receber novidades e dicas no seu e-mail

Quem Sou

Sou Melina Pockrandt Robaina, filha de Deus, jornalista e mãe da Manuela (6 anos) e da Ana Júlia (1 ano)

Eu sou Melina, mas pode me chamar de Mel. Amo escrever, amo meu marido, amo minhas três filhas e, acima de tudo, amo Jesus. Moramos na Pensilvânia, nos EUA, e, sempre que consigo, gosto de falar sobre minhas experiências, aprendizados e desafios seja na maternidade, na vida cristã ou como imigrante.

Saiba mais

Maternidade Simples 2015 - 2024 - Todos os direitos reservados