Para Mães e Pais bebê hipermobilidade não fica de pé sem apoio

Hipermobilidade e atraso no desenvolvimento motor do bebê

21 de fevereiro de 2023

A Abigail está com 1 ano e quase 2 meses e ainda não consegue ficar em pé sem apoio. Ela levanta segurando em algo e permanece assim. Até anda apoiada nos móveis, mas eu sei que ela já deveria estar um pouquinho mais avançada no ponto de vista motor. Mas já sabemos também que isso é culpa da hipermobilidade.

Antes de continuar falando sobre a hipermobilidade e fisioterapia, eu quero só lembrar que a Abigail já teve alguns “atrasos motores” ao longo da vida e reuní algumas informações importantes nesses posts abaixo.

hipotonia em bebês: meu bebê não sustenta a cabeça

meu bebê não engatinha e por que comecei fisioterapia

língua presa, hipotonia em bebê e frenectomia

Todas essas coisas fazem parte da história da Abigail e uma coisa está relacionada a outra. Então, se você se identifica com algum aspecto da nossa história, pode querer ler esses posts acima também.

Hipermobilidade em bebês

A hipermobilidade articular ou frouxidão ligamentar é uma flexibilidade excessiva e é bem comuns em bebês e crianças. Porém, a hipermobilidade tem níveis. Pode ser simples e passar com o crescimento da criança ou ser mais grave e até estar associada a uma síndrome chamada de Ehlers-Danlos. Ah, é muito comum crianças com algumas síndromes e também autismo apresentarem a hipermobilidade.

Mas muitas pessoas adultas convivem com uma hipermobilidade “leve”, digamos assim. São pessoas que fazem movimentos articulares mais amplos que a maioria das pessoas.

Isso acontece por um problema na síntese do colágeno. E, ainda que as pessoas possam conviver bem com isso, ela pode gerar alguns desconfortos, dores e, em níveis mais graves, algumas complicações até psicológicas (esse vídeo aqui é bem legal de ver).

No caso dos bebês, a gente nota uma criança hipotônica (alô, alô neurologista lá atrás que nem pensou nisso) e que pode ter atraso no desenvolvimento motor. Afinal, ela tem dificuldade de movimentação, força, tônus muscular e equilíbrio.

A hipermobilidade é genética. Eu e meu marido somos adultos que convivemos com o tipo mais comum de hipermobilidade e minhas filhas mais velhas também apresentam os sintomas, mas com os quais convivem tranquilamente. A Abigail que saiu exagerada, rs.

Bebê com joelhos tortos e tornozelos fracos

Logo quando a Abigail começou a ficar em pé (quando a gente levantava ela e dava algum apoio), eu notei que os joelhos dela viravam demais para dentro. Mas, como eu tinha uma consulta marcada com um ortopedista pediátrico algumas semana depois, tirei foto para mostrar para ele. E, para minha indignação atual quando lembro, ele disse que ia passar à medida que ela fosse crescendo. Nas fotos não dá para ver muito bem por causa das roupas, mas dá para ter uma ideia.

hipermobilildade joelho torto bebê

Além da questão do joelho, eu notava também o tornozelo muito curvado para dentro. Mas, para minha alegria, a gente já estava com a fisioterapeuta – que também notou.

Ela também percebeu durante as sessões que, se segurasse o tornozelo da Abigail na posição certa e desse sustentação, ela conseguia ficar mais equilibrada e até endireitar a perna e o joelho.

Então, ela pediu para eu tentar comprar um tênis de cano alto para tentarmos dar esse suporte para ela. Encontrei na internet um que, inclusive, tinha o solado macio – ideal para o bebê que ainda não anda. Vou deixar aqui o link dele na Amazon. Na foto, dá para ver o tornozelo dela, como normalmente ficava (fotos de 11 meses e 1 ano de idade) e também dela com o tênis.

tornozelo torto bebê hipermobilidade tênis cano alto suporte

Porém, a gente deu uma chance para o tênis, mas ele não conseguiu dar o suporte necessário. A fisioterapeuta disse que há muitos casos em que o tênis é suficiente, mas não para a Abigail.

Ali na foto, parece ótimo, mas depois de algum tempo em pé, ela já começava a entortar os tornozelos de volta. Por isso, a fisioterapeuta indicou uma órtese de tornozelo, um ankle braces. 

Agora, já vamos para a terceira semana usando o suporte de tornozelo e vamos ver o que a fisioterapeuta está achando do resultado até então. Mais especificamente sobre a órtese, você lê aqui: ankle braces, órtese de suporte para o tornozelo do bebê com hipermobilidade.

Conclusão da primeira parte

Eu resolvi compartilhar aqui essas questões porque, muitas vezes, o bebê tem um atraso no desenvolvimento motor e poderia ser ajudado. No caso da hipermobilidade, esse atraso pode acontecer (é comum o bebê hipermóvel andar depois de um ano e meio – o que seria a idade máxima para esse marco), mas a fisioterapia pode ser de grande ajuda.

E não simplesmente para ajudar o bebê a atingir os marcos, mas também para reduzir consequências ou desconfortos decorrentes dessa frouxidão ligamentar. 

Então, sempre digo: procurem saber. Vão atrás. Pediatra, fisioterapeuta, neurologista em alguns casos, reumatologista em outros. O que importa é descobrir e ajudar nosso bebê.

atualização após os vídeos

Vídeos sobre hipermobilidade em bebês

Atualização

A visita periódica da fisioterapeuta foi ótima, pois ajudou a notar que a hipermobilidade da Abigail é bem severa e, por isso, ela não conseguia ficar em pé e, portanto, não conseguiria andar sem ajuda. Por isso, de 1 ano e 2 meses até aproximadamente 1 ano e 7 meses, ela usou uma órtese de tornozelo. Falo detalhes sobre isso aqui nesse post: ankle braces, órtese de tornozelo para bebê com hipermobilidade.

Nesse processo, a fisioterapia ajudou a alcançar os marcos principais:

– andou com 1 ano e 4 meses (ainda tímida), mas com 1 ano e 5 meses já estava bem desenvolta.

– ela ainda tinha dificuldade em levantar do chão sozinha, sempre precisava de apoio. Conseguiu por volta de um ano e meio, o que foi um grande marco para ela.

Paramos a fisioterapia com o Early Intervention quando ela estava com 1 ano e 8 meses. Como é um programa do estado, o foco é atingir algumas metas mínimas. No caso dela, primeiro foi engatinhar, depois foi andar e, por fim, a fisio quis esperar ela conseguir levantar sozinha e tal.

Ela ainda tem o joelho e pés bem rotacionados para dentro (eu tenho certeza que é uma mistura da hipermobilidade com a questão da língua presa – faremos uma nova frenectomia no Brasil esse ano), por isso, procurei fazer fisioterapia, fui ao ortopedista, mas não consegui encontrar bons profissionais. Estou contando em fazer um intensivão quando estiver no Brasil com a equipe da NeuroIntensiva. T

Nesse processo, também visitamos um especialista em hipermobilidade. Na verdade, ele é especialista (e portador) da Síndrome de Ehlers-Danlos, uma alteração genética em que um dos sintomas é a hipermobilidade extrema. Depois de quase um ano na lista de espera, viajamos uma hora e meia para a consulta e foi ótimo.

Ele é realmente especialista na síndrome e pediu para acompanhar a Abigail periodicamente porque, nessa idade e no caso dela, não era possível fechar um diagnóstico. Ela não bate os critérios para a síndrome, mas os critérios são para adultos. Os exames genéticos disponíveis não abragem o tipo específico que seria o dela – se ela tivesse. Portanto, pediu retorno a cada seis meses e fisioterapia eventual para que possa acompanhar ao longe.

Um problema da saúde nos EUA é que é muito comum você sair do consultório sem resolução. “Vamos esperar”, “você volta não sei quando”, “vamos observar”…. isso me tira do sério, rs. Por isso, no Brasil, buscarei mais ajuda dos especialistas que tenho contato.

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Comentários

  1. Cinthya Dias disse:

    Nossa, fiquei apavorada ao saber que minha bebê tem hiperfrouxidao, já fez dez meses hoje e agora que descobri. Ela sentada consegue encostar a cabeça no chão como uma ginasta. Ainda não engatinhou! Obrigada por compartilhar esse post importante com a gente. Que nos atrasamos por falta de informação!

  2. Layse Mello Batista disse:

    Amei conhecer a história da sua pequena! Estou passando por isso, mas por aqui não chega a torcer o tornozelo, porém os médicos ainda não falaram com exatidão! Na parte neurológica não há nada, tudo normal! Mas meu pequeno está com 1a e 7m, e o ortopedista deu até 1a e 10m p ele andar sozinho (ele faz td, desce da cama, sobe e desce escada, corre e td mais, só q com nosso auxílio) caso ñ esteja andando só, faremos outros exames!

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Quem Sou

Sou Melina Pockrandt Robaina, filha de Deus, jornalista e mãe da Manuela (6 anos) e da Ana Júlia (1 ano)

Eu sou Melina, mas pode me chamar de Mel. Amo escrever, amo meu marido, amo minhas três filhas e, acima de tudo, amo Jesus. Moramos na Pensilvânia, nos EUA, e, sempre que consigo, gosto de falar sobre minhas experiências, aprendizados e desafios seja na maternidade, na vida cristã ou como imigrante.

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