Para Mães e Pais meu bebê não engatinha

Meu bebê não engatinha e por que comecei fisioterapia

21 de fevereiro de 2023

A Abigail não engatinhava aos 9 meses de idade. Eu não estava preocupada exatamente com esse atraso específico, mas com um quadro maior.

A questão do engatinhar não me preocupava isoladamente porque eu sei que bebês podem engatinhar entre 6 até 13 meses. Enquanto a Ana Júlia, minha filha do meio, engatinhou com 7 meses; a minha primogênita, Manuela, engatinhou com um ano e um mês.

Então, eu sabia que dentro desse tempo limite, a Abigail ainda tinha alguns meses para desenvolver essa habilidade. Porém, havia algumas coisas me incomodando. Mas vamos voltar no tempo.

Consulta de seis meses

Quando fomos ao pediatra para a consulta de seis meses, eu comentei com ele que estava meio preocupada com os ombros da Abigail. Eles pareciam muito moles; ainda dava, de vez em quando, aquela sensação de que ela escorregaria das minhas mãos se eu a segurasse por baixo dos braços.

Comentei que esse era um dos sinais que preocupou o pediatra lá quando ela tinha dois meses e ele falou sobre hipotonia (leia mais nesse post sobre hipotonia em bebês “meu bebê não sustenta a cabeça” e todos os exames neurológicos que fizemos). O pediatra, então, me falou que ele ainda não estava preocupado, mas que, se eu estava, eu poderia entrar em contato com o centro de Early Intervention – que é um programa do estado da Pensilvânia que avalia as crianças e realiza intervenção precoce em várias áreas quando necessário.

Na época, eu não fui atrás e acho que não teria dado certo porque ela não teria sinais de atraso que justificariam a sua entrada no programa. 

Ela começou a sentar sem apoio aos seis meses, ainda que meio molenga. Firmou melhor aos sete meses e acabamos “tocando o barco” até a próxima consulta, que foi aos 9 meses. Aqui nos EUA, não consultamos mês a mês como é no Brasil.

Consulta de 9 meses

Na consulta de 9 meses com o pediatra aqui nos EUA, eu respondo um questionário para avaliar o desenvolvimento motor, cognitivo, social e de linguagem do bebê. E a Abigail ficou com algumas lacunas no desenvolvimento motor.

Agora, de cabeça, não lembro quais foram os critérios, mas me recordo que ela tinha dificuldades em segurar o próprio peso, se colocar de pé segurando algo, não abaixava para pegar algo do chão enquanto se segurava em pé num móvel, não andava segurando nos móveis… enfim, não era só sim ou não, mas várias opções de respostas que, depois, geravam um “score” geral para o desenvolvimento do bebê.

Nesse dia, o pediatra então disse que era melhor eu entrar em contato com o programa de intervenção precoce.

Intervenção precoce

Eu confesso que tive um pouco de dificuldade para conseguir o contato (é TÃO difícil falar em inglês, rs). Então, entre a consulta com o pediatra e a avaliação da Abigail foi mais ou menos um mês. 

Duas pessoas do programa vieram aqui em casa e fizeram uma série de atividades com a Abigail para avaliá-la, além de um questionário. 

Eu comentei que a minha grande preocupação com o atraso no engatinhar era porque eu não conseguir discernir se a Abigail não engatinhava porque não queria ou porque não conseguia. Ela já se arrastava tipo soldado na guerra desde uns 7, 8 meses, mas não ficava na posição de 4 apoios nem por alguns segundos.

Eu até pensei que poderia ser um atraso consequência da língua presa. Contei como ela só atingiu alguns marcos do desenvolvimento motor depois que ela fez a frenectomia (leia aqui: língua presa e atraso no desenvolvimento do bebê).

A especialista (a outra era da parte burocrática) me disse que ela estava “no limite” ainda do desenvolvimento, mas que indicaria a gente começar a fisioterapia semanal. Para a minha alegria, a fisioterapeuta vem aqui em casa e as sessões são todas pagas pelo estado!

Fisioterapia

A fisioterapia com a Abigail começou quando ela estava com mais de 10 meses e temos feito semanalmente desde então. Em duas semanas, a Abigail começou a engatinhar, tinha acabado de completar 11 meses. 

A princípio, o objetivo da fisioterapia seria ela conseguir engatinhar em quatro apoios por pelo menos dois metros, mas a fisioterapeuta começou a notar algumas outras coisas. Como a dificuldade em andar segurando nas coisas e, principalmente, uma posição “errada” dos joelhos e tornozelos.

E é aí que entra a hipermobilidade. Mas isso é assunto para o post: Hipermobilidade e atraso no desenvolvimento motor do bebê. Confere lá que tem atualização!

Essa semana, junto com a fisioterapeuta, a responsável pelo programa veio para avaliarmos se podemos incluir fonoaudiologia, porque sinto que ela está atrasada na fala. Devemos começar semana que vem. (Começamos e falo sobre isso aqui: atraso de fala em bebê e fonoaudióloga)

Uma coisa muito interessante que ela falou é que é comum a criança trabalhar tanto em uma área (e nós pais também) e acabar “atrasando” em outra área. No caso da Abigail, ela está tão focada com o desenvolvimento motor nesses últimos 4 meses que não sobra energia para a fala.

Vamos ver como será o desenvolvimento e eu conto por aqui.

Atualização

A visita periódica da fisioterapeuta foi ótima, pois ajudou a notar que a hipermobilidade da Abigail é bem severa e, por isso, ela não conseguia ficar em pé e, portanto, não conseguiria andar sem ajuda. Por isso, de 1 ano e 2 meses até aproximadamente 1 ano e 7 meses, ela usou uma órtese de tornozelo. Falo detalhes sobre isso aqui nesse post: ankle braces, órtese de tornozelo para bebê com hipermobilidade.

Nesse processo, a fisioterapia ajudou a alcançar os marcos principais:

– andou com 1 ano e 4 meses (ainda tímida), mas com 1 ano e 5 meses já estava bem desenvolta.

– ela ainda tinha dificuldade em levantar do chão sozinha, sempre precisava de apoio. Conseguiu por volta de um ano e meio, o que foi um grande marco para ela.

Paramos a fisioterapia com o Early Intervention quando ela estava com 1 ano e 8 meses. Como é um programa do estado, o foco é atingir algumas metas mínimas. No caso dela, primeiro foi engatinhar, depois foi andar e, por fim, a fisio quis esperar ela conseguir levantar sozinha e tal.

Ela ainda tem o joelho e pés bem rotacionados para dentro (eu tenho certeza que é uma mistura da hipermobilidade com a questão da língua presa – faremos uma nova frenectomia no Brasil esse ano), por isso, procurei fazer fisioterapia, fui ao ortopedista, mas não consegui encontrar bons profissionais. Estou contando em fazer um intensivão quando estiver no Brasil com a equipe da NeuroIntensiva. Também visitamos um especialista em hipermobilidade, mas conto sobre isso no post específico.

Ajudando o bebê a andar

Algo que ajudou bastante no processo de andar sem apoio foi o “andador/ empurrador” da Fisher-Price. Comprei aqui num brechó por US$ 10 (e estava novinho) e foi ótimo. Isso porque, com ele, ela passava mais tempo em pé, fortalecendo sua musculatura e ganhando confiança para os passinhos.

Como ela já estava grandinha (+ de 1 ano) e já tinha noção do “ficar em pé” – ainda que com apoio, ela não escorregava ao tentar levantar apoiada no andador. Esse é um dos possíveis problemas desse produto específico: a criança tenta levantar se apoiando, ele escorrega e ela dá de cara no chão. Porém, como a Abigail já estava em outro estágio do desenvolvimento, não foi um problema (ela puxa o andador, não é puxada por ele).

Então, ela passava vários minutos por dia, caminhando com ele pela vizinhança (e mesmo dentro de casa). Isso ajudou a fortalecer a musculatura da perna e dos tornozelos. Depois que começamos a usar, ela avançou demais no processo de caminhar sem apoio, foi bem impressionante!

Lembrando que: andador daquele tipo redondo que a criança entra não são indicados por nenhum profissional de saúde!! E esse tipo, empurrador, tem que tomar o cuidado que comentei acima. Porém, existe andador/empurrador com trava. Vou deixar aqui as opções para vocês:

Fisher-Price tipo o da Abigail: https://amzn.to/3HL3QZ6

Fisher-Price diferente, com menos risco de escorregar: https://amzn.to/3UkrinE

De outra marca que dize que tem trava na roda: https://amzn.to/49mgHN6

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Quem Sou

Sou Melina Pockrandt Robaina, filha de Deus, jornalista e mãe da Manuela (6 anos) e da Ana Júlia (1 ano)

Eu sou Melina, mas pode me chamar de Mel. Amo escrever, amo meu marido, amo minhas três filhas e, acima de tudo, amo Jesus. Moramos na Pensilvânia, nos EUA, e, sempre que consigo, gosto de falar sobre minhas experiências, aprendizados e desafios seja na maternidade, na vida cristã ou como imigrante.

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