Durante a Gravidez violência obstetrica

Informação é a arma contra violência obstétrica no pré-natal

25 de janeiro de 2018

Existem definições diversas sobre o que seria a violência obstétrica. Isso tem se tornado cada vez mais fácil de identificar e dar voz aos relatos é uma das maneiras de diminuir os casos e inibir a prática entre os profissionais da saúde.

Mas eu quero falar sobre uma atitude específica dos médicos, que eu considero violência obstétrica: indução de cesárea!

Eu não estou falando contra a cesárea, mesmo porque fiz duas! Mas o que eu considero uma violência é a gestante não ter a opção do parto que quer.

Eu já ouvi inúmeras mulheres falando que fariam cesárea porque “o cordão está enrolado” ou “já fiz uma cesárea antes”. No pré-natal, o médico já disse que elas não poderiam ter parto normal e pronto!

Quando a gente teve a palestra sobre “Quem tem medo de parto normal?“, a obstetra que participou foi simplesmente sensacional e desmistificou muitas das pseudo justificativas de cesárea. Ela não minimizou a importância da cirurgia quando necessária, mas explicou que só tem uma coisa que exige cesárea e que é detectada no pré-natal: placenta prévia – quando a placenta está entre o bebê e o canal vaginal.

Ah, e claro e muito importante: o desejo da mulher. Se a gestante quer fazer uma cesárea, deve ser respeitada e orientada, obviamente, sobre os riscos e desvantagens para ela e o bebê. Mas todas as outras situações que podem exigir a intervenção cirúrgica só são vistas na hora do trabalho de parto.

Para não ser injusta, ela ainda citou uma outra possibilidade: quando a mulher tem mais de três cesáreas anteriores. Nesse caso, o risco de complicação no parto normal é maior que o risco da cesárea, mas ainda sim, a mulher pode escolher.

Só que para uma gestante – especialmente de primeira viagem – que ouve o obstetra falar “não dá, vai ter que ser cesárea”, é muito complicado discordar. A gente não entende, confia no médico e tal. Por isso, a maior arma para não cair no conto do vigário da cesárea é INFORMAÇÃO. 

Então, se você quer ter parto normal, INFORME-SE. Leia tudo e mais um pouco sobre o assunto. Há uma infinidade de sites que trazem informações confiáveis.

Talvez seja preciso mudar

Mas, mesmo com toda a informação, pode ser preciso tomar a difícil decisão de mudar de obstetra. Porque como você vai confiar em um cara que insiste que não pode ter parto normal por causa de determinada situação que você já sabe que não é impeditivo? A gente, infelizmente, não tem como mudar a cabeça de uma pessoa. E por mais que você mostre a informação, querendo ou não, a relação ficará abalada.

Se você está passando por uma situação parecida, quero de encorajar com esse depoimento super lindo da Marina, que mudou de obstetra com mais de 30 semanas de idade gestacional:

{Depoimento} Tive parto normal 15 meses após uma cesárea

Por fim, cerque-se de pessoas que te apoiam e entendem. Se você não conseguir esse suporte na família, busque amigos, grupos de apoio e até mesmo mães na internet. O mais importante é que sua vontade seja respeitada!

Para quem quer cesárea

Como falei lá em cima, não estou aqui para falar contra a cesárea. Eu mesma fiz duas e, apesar de saber de todos os benefícios do parto normal, morria de medo e pensava em optar pela cirurgia. Acabou que as duas gestações acabaram em cesárea por necessidade.

Se você quer escolher pela cirurgia, pela razão que for, só queria dar um conselho/ fazer um pedido: espere o trabalho de parto começar. Assim, você sabe que o bebê está pronto para nascer e não corre riscos por conta de prematuridade.

Se você ainda não está certa do que quer, leia bastante. Isso irá ajudar você a decidir o melhor!

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Comentários

  1. Thaís disse:

    Oii Melinda!

    Descobri teu blog hoje, sem querer, buscando informações para tentantes. Resolvi me tornar uma e ainda estou naquela fase de ir ao médico e ver se tá tudo bem para realmente fazer a coisa ir adiante. Adorei teu blog e teu texto. Também sou jornalista e advogada. Sempre, desde muito pequena, me interesso pelo universo materno e mal posso esperar até chegar a minha vez. Teu blog, com certeza, ficará na minha lista de leitura. Me identifiquei muito com tuas opiniões e bom senso.
    Parabéns pelo trabalho! Beijos!

  2. Gilvania C. Silva disse:

    Olá, Melina.
    Gostei muito de conhecer o seu blog, para quem sonha e ser mãe, eu sou o tipo que já passou por quase tudo, e hoje tenho um menino, o Pedro de 3 anos, meu maior tesouro. Eu tenho muito interesse pelos assuntos relacionados a violência obstétrica, já que pretendo ter outro filho. Eu sou traumatizada pelo parto normal que tive, pelo atendimento de obstetras que praticamente não me ajudaram em nada. Engravidei por 4 vezes, sofri 2 abortos espontâneos, e 2 gestações foram até o fim, porém em uma delas, não teve final feliz, justamente a gestação que optei pelo parto normal, por ter tido uma gestação saudável, no entanto o problema de circular de cordão umbilical, que não é considerado indicação para cesárea acabou sendo fatal para minha filha, que faleceu devido a hipóxia, o parto foi normal com alguns indícios de violência obstétrica, como má vontade, falta de educação da equipe de enfermagem, aquela prática de subir na barriga e ameças ( do tipo que me amarraria se eu não parasse de tentar colocar a mão enquanto o bebê estava saindo), enfim, ainda não sei se meu pavor foi pelo atendimento ou pela perda da minha filhinha que nasceu de 39 semanas e não ouvi chorar. Desculpe o desabafo, mas é que me confunde as informações teoricas em confronto com a realidade.

    1. Melina disse:

      Imagino seu trauma. É preciso de cercar de profissionais que acreditem no PN e respeitem a gestante, né? Não é fácil mesmo…
      Que Deus abençoe você e sua família!

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Quem Sou

Sou Melina Pockrandt Robaina, filha de Deus, jornalista e mãe da Manuela (6 anos) e da Ana Júlia (1 ano)

Eu sou Melina, mas pode me chamar de Mel. Amo escrever, amo meu marido, amo minhas três filhas e, acima de tudo, amo Jesus. Moramos na Pensilvânia, nos EUA, e, sempre que consigo, gosto de falar sobre minhas experiências, aprendizados e desafios seja na maternidade, na vida cristã ou como imigrante.

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